O IntercâmbioEu Amo este País - Parte 1 - Os Ônibus

Eu Amo este País – Parte 1 – Os Ônibus

Em 1999, quando levamos nossos filhos para conhecer a Disney em Orlando, nós ouvimos esta frase: “Eu amo este país”. Na época estavam na moda as tais reuniões para venda de férias programadas para os hotéis em Orlando. O vendedor brasileiro, após uma longa explanação sobre time sharing (tempo compartilhado), soltou a frase: “Eu amo este país!” para ressaltar o quanto era bom viver nos EUA, no sentido de ser um país de Primeiro Mundo. Pelo inusitado da situação e, também, pelo típico “chiado” carioca, a expressão foi marcante para nós.

Eu amo este país, mesmo!!

E esta frase ficou guardada nas nossas lembranças até hoje. Pelo menos, aqui em Nottingham, tudo funciona, o que faz com que se ame a Inglaterra, também um país de Primeiro Mundo. Desde o transporte, passando pela educação, saúde, lazer e outros itens. Vamos começar com o transporte. Aqui o transporte público é de primeiríssimo mundo mesmo, não só pela qualidade dos ônibus, trens, trans (Mango é o nome da empresa) e até das ciclovias. Os ônibus, por exemplo, tem dois andares (a maioria) e alguns até são elétricos.

Quase todo o transporte público é novo, tem calefação, wi-fi, câmeras de segurança, espaço para cadeirantes e para carrinhos de bebê, o que facilita a vida da comunidade.

Os “trans” circulam pela cidade levando as pessoas para bairros distantes a um preço popular.

As paradas possuem um quadro eletrônico com os horários predefinidos da chegada dos ônibus e funciona o wi-fi como se fosse na própria casa, basta acessar o aplicativo da empresa.

Em cada parada tem um painel com as informações sobre os horários dos ônibus.

A história de hoje é sobre os motoristas de ônibus. Tantos os homens como as mulheres, em sua maioria, são absolutamente “fantásticos”, pela educação e gentileza que demonstram para com os passageiros. São pessoas de meia idade, uniformizadas e tem orgulho do que fazem.

Geralmente, quando se entra no ônibus, te cumprimentam: “Good Morning” ou “Good Afternoon”. Alguns dizem “Hi”, com um sorriso de um grande amigo de infância. Na saída todos, sem exceção, se expressam com a famosa frase: “Have a good day”.

“Have a good day” diz o motorista.

Para quem não sabe, aqui não tem cobrador e o pagamento pode ser feito de várias formas. A mais fácil é o pagamento antecipado, onde você compra um cartão de acordo com suas necessidades do dia ou do mês. Aí, basta passar o cartão na leitora eletrônica que registra as diversas viagens. Se você não tem o cartão e quer pagar no próprio ônibus, ao entrar o motorista pergunta “single” ou “return”. Alguns ônibus têm uma “maquineta” na qual você coloca as moedas ou as cédulas de pounds, sendo que tem de colocar o valor exato da viagem, somente ida ou ida e volta (que é mais barato). O motorista dá o comando e imprime o recibo. Em outros ônibus você pode pagar diretamente ao motorista, que faz as funções de motorista e cobrador e pode devolver o troco, sempre emitindo o recibo, seja de ida ou ida e volta.

Usuários do ônibus utilizado o wi-fi.

Num dias destes, por acaso, estávamos em um bairro, pegamos um ônibus que tinha maquineta, não tínhamos o dinheiro trocado e pagamos com uma nota de 5 pounds por dois “singles”, o que daria 4 pounds. Deveríamos receber 1 pound de devolução mas, lembrando, a máquina não devolve, o valor tem que ser exato. Sentamos no banco e pensamos juntos: “Ah, marchamos com um pound”. Fazer o que? O erro foi nosso em não ter o valor correto trocado. Ah, era uma viagem noturna. Andamos um pouco e eis que o ônibus fez um “stop” em uma parada e levamos um susto, pois do nosso lado estava o motorista com um pound na mão e disse: “Good evening, here is your money”. Ficamos envergonhados, pois achamos que nunca iríamos receber o pound de volta, uma vez que somos sabedores que é necessário entrar no ônibus com o dinheiro correto para evitar confusões deste tipo. Como o motorista não poderia ter “aberto” a maquineta para retirar o troco, provavelmente deva ter tirado o pound do próprio bolso para devolver ao usuário e depois fazer o acerto dele com a empresa, por não admitir que o consumidor saia lesado. Isso não é muito comum porque as pessoas sempre têm o dinheiro trocado (geralmente moedas, que valem muito) para qualquer eventualidade.
E aí, olhamos um para o outro e dissemos em alto e bom som: “Eu amo este país!”, pela educação, pela honestidade, pelo respeito, pela segurança e por tudo o mais que um país de Primeiro Mundo oferece aos cidadãos.

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