Em um domingo de outubro de 2017 lá fomos nós para Oxford, via excursão da CityLife (agência de viagens estudantil). Fomos com os universitários da cidade e, para variar, éramos os mais maduros da turma. Os ônibus são confortáveis e a viagem durou aproximadamente 2 horas a partir de Nottingham (saímos às 9 horas e chegamos às 11 horas e 15 minutos). Logo na chegada às cidades sempre acontece o momento da foto em conjunto com toda a “tchurma” e, logo a seguir, começou o tour guiado, onde geralmente a agência contrata um Guia de Turismo local para dar uma noção sobre os principais atrativos da cidade. Oxford, a cidade dos “Dreaming Spires”, é famosa mundialmente pela sua universidade (Universidade de Oxford), que é a mais antiga das universidades de língua inglesa, sendo considerada uma das melhores do mundo. O seu complexo abrange 39 “colleges” (faculdades).
Não acompanhamos o grupo por muito tempo, o suficiente para entender a importância de Oxford para o mundo, em termos de conhecimento. Alguns meses atrás nós já tínhamos visitado Cambridge e queríamos, com esse passeio, tirar as dúvidas e comparar as duas cidades universitárias mais famosas do mundo. Ambas são conhecidas como “Oxbridge”. A história de sua fundação remonta há mais de 750 anos atrás. Neste período, muitos políticos e cientistas dos mais famosos da Europa, e do mundo, passaram pelas suas universidades. Lewis Carroll morou e estudou por muitos anos em Oxford e lá se inspirou para escrever Alice no País das Maravilhas. J. R. R. Tolkien viveu grande parte dos seus dias na cidade, inclusive está enterrado lá, e foi com muita inspiração da região que escreveu O Senhor dos Anéis. E o autor de Harry Potter, J. K. Rowling, descreve muitas cenas de diversos filmes com detalhes de Oxford.
William Shakespeare foi o maior poeta e dramaturgo inglês de todos os tempos, pelo menos o mais famoso, e autor da célebre frase: “To be, or not to be, that is the question”. Em tradução livre, “Ser ou não ser, eis a questão”. Porém, muitas das obras que foram atribuídas a ele possuem autoria diferente ou incerta. Nesse sentido, cabe destacar que dentre as diversas cronologias existentes sobre suas obras a Cronologia Oxfordiana dos Trabalhos de Shakespeare é uma das mais precisas. Sob certo aspecto é mais uma comprovação de que os estudos e as pesquisas em Oxford primam pela excelência de qualidade.
Um dos primeiros monumentos que encontramos, localizado em frente à Bodleian Library, foi o de William Herbert, o Conde de Pembroke, fundador do Pembroke College de Oxford, em 1624.
Decidimos andar pela cidade e um dos lugares que fomos visitar foi a Biblioteca Bodleian, pois é a principal biblioteca da Universidade de Oxford com mais de 12 milhões de livros e outros afins. É a segunda maior biblioteca do Reino Unido somente perdendo para a British Library e, em geral, os documentos não podem ser removidos das salas de leitura. Mas ela não é a única na cidade, cada College, tem a sua. Não chegamos a fazer a visita guiada, mas entramos no lugar para pegar o “ar do conhecimento”, glup!
Seguindo o roteiro sugerido pela agência City Life, fomos conhecer a Magdalen College. Entramos no pátio e já deu para sentir o clima. Esse college ou faculdade faz parte da Universidade de Oxford, como tantos outros, sendo um dos mais antigos, fundado em 1458. Hoje é um dos colleges (faculdades) mais ricos, com uma com uma dotação orçamentária que ultrapassa mais de £ 280 milhões. Magdalen College tem um dos corais mais famosos da Inglaterra. A faculdade fica ao lado do rio Cherwell e do Jardim Botânico da cidade. Fomos, também, a Radcliffe Square, que é um dos pontos mais belos da cidade. A Biblioteca Radcliffe é redonda e cheia de detalhes, e bem em frente está a Igreja da Virgem Santa Maria, que revela uma mistura entre o medieval e o contemporâneo, com torres góticas.
Andamos sem muito rumo pela cidade e ficamos “literalmente perdidos”, por isso tivemos de perguntar a um senhor (que estava tirando alguns objetos do carro) onde ficava determinada rua, ao que ele respondeu: “Sou novo por aqui, só vim trazer o meu filho para estudar”. Aí que nos “flagramos” que era um domingo anterior à primeira semana de aulas em Oxford e muitos pais estavam trazendo seus filhos pela primeira vez para se instalar em suas faculdades. Eram jovens na faixa de 17 anos, correndo de um lado para outro, ansiosos pela novidade das aulas.
Um dos lugares mais legais que visitamos foi o Carfax Tower. Essa torre é o que resta de uma igreja histórica de Oxford, St Martin’s, que foi construída no século XIII e demolida em 1896 para permitir o tráfego. Hoje, a torre oferece a segunda melhor vista de Oxford, depois da Igreja da Universidade de St Mary. Subimos alguns degraus por dentro da torre e vimos os melhores ângulos de torres e cúpulas históricas da cidade e, bem na frente, as ruas comerciais da cidade. Esta torre tem uma bela vista para a Christ Church College, que fica logo abaixo da colina. Encontramos vários estudantes tirando fotos juntos, ou era pela novidade dos novos grupos ou simplesmente reencontro!!!
Andamos muito pela cidade, fomos até a Christ Church Meadow um dos lugares que serviu de cenário para o filme do Harry Potter (tem fotos das cenas do filme onde ocorreram as filmagens). A igreja fica no meio da cidade e é um dos colleges (faculdade) pertencentes à Universidade de Oxford. A arquitetura e a grandiosidade da Igreja impressionam.
Andar pelas ruas da cidade nos deu uma boa ideia do que é viver em uma cidade universitária do interior da Inglaterra, com muito sossego e paz para estudar.
No final, ficou o gosto de “quero mais”, do querer aprender sempre. A cidade tem uma aura mágica, onde tudo respira conhecimento. Finalizamos com a ida até a Ponte dos Suspiros (Hertford Bridge), uma via que une duas partes do Hertford College em New College Lane.