Há muito tempo atrás um amigo nosso já tinha nos falado: “Bruges, na Bélgica, é um dos lugares mais lindos do mundo”. Aquela frase ficou guardada no fundo da memória. Em uma manhã de outubro de 2017 acordamos no hotel em que estávamos hospedados em Bruxelas e lá fomos conhecer a famosa cidade.
Para fazer o “Bate e Volta” pegamos um trem junto à Estação Gare Du Midi e uma hora depois chegamos à Estação Central de Bruges (pagamos 24,90 euros cada, trecho de ida e volta). A cidade é a capital da região de Flandres e tem aproximadamente 120 mil habitantes. É chamada de Veneza do Norte devido aos inúmeros canais que cercam a cidade.
A cidade é simplesmente um cartão postal ao vivo e vai se “desnudando” aos poucos, na medida em que se caminha pelas suas ruas. Em 2000, seu centro histórico foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco e, em 2002, ganhou o título de Capital Européia da Cultura. O dia estava um tanto nublado e chegamos à Praça Principal chamada Grote Market, com seus casarios coloridos. Bem no dia em que chegamos encontramos uma feira de alimentos no local, o que atrapalhou um pouco as fotos.
Bem em frente à Praça está o Belfry, a grande torre do campanário da cidade, com 87 metros de altura e 366 degraus. Não subimos na torre porque nosso tempo era muito curto. Além do que, após várias viagens, nossos joelhos estavam em “frangalhos” de tanto subir em torres e cúpulas de cidades antigas que visitamos ao longo de 2017. Dizem que a melhor batata frita da Bélgica está localizada em Bruges, na Grote Market, e foi lá que provamos a tal “iguaria” em uma barraca com uma fila gigantesca.
Todas as referências eram boas, mas confesso que a batata não era tudo isto.
Para dar conta de todos os pontos de interesse pré-pesquisados, tivemos de correr. Dali fomos até a Basílica do Sangue Sagrado (Basílica of the Holy Blood). Conhecida por apresentar em um pequeno cilindro o sangue de Cristo, que dizem ser verdadeiro!
Segundo a história, o sangue de Cristo foi achado em uma cruzada para Jerusalém no século XII e a relíquia é venerada pela população da cidade há pelo menos 750 anos.
Dizem que quando o sangue é retirado para adoração ele se transforma de sólido em fluídico. Vale a visita pela igreja, que é belíssima e, também, pela forma curiosa como é guardada a relíquia. Em uma das laterais da Igreja, encontra-se o cilindro à mostra dos fiéis, basta subir uma escada para admirar o mesmo. O fato curioso é que tem “guardiões” (no caso era uma senhora) que ficava em frente, sentada, observando e cuidando da relíquia.
No caminho cruzamos com as famosas chocolatarias belgas. Na realidade não são lojas, são verdadeiras boutiques de chocolate. Comemos alguns bombons de laranja com limão, com um sabor além da “existência divina”!!!
Saímos na maior corrida e nos deslocamos até o Lago dos Cisnes chamado de Swan. Reza a lenda que a presença dos cisnes nos lagos de Bruges foi uma punição à população feita pelo imperador após a execução de Pieter Lanchals, um dos administradores da cidade. Como o significado do sobrenome dele era “pescoço longo” e o brasão de armas da família Lanchals era um cisne, o imperador amaldiçoou a cidade a sempre ter estas aves em seus lagos. Foi a maldição mais adorável que eu já vi, simplesmente o lugar parece um sonho dos desenhos de Walt Disney (EUA).
Bem em frente, fomos visitar a Beguinage – Casa das Beguines. Um conjunto de casas que antigamente formavam um convento. Segundo a história, as “Beguines” nasceram por volta do ano de 1200 e alegavam serem esposas de Jesus.
Devido a essa crença, elas acabaram sendo rejeitadas pela igreja católica, tendo de viver uma vida independente.
Hoje em dia nenhuma Beguine mora mais lá, mas o lugar ainda permanece exclusivo à moradia de mulheres e seus portões fecham todos os dias às 18:30. Dizem que, após este horário, é proibida a entrada de homens no local. Achei o lugar interessante, mas nada que chamasse especial atenção.
Bem ao lado do Lago dos Cisnes, encontramos a cervejaria Halve Maan. Pegamos a última visita com guia da tarde. Que sorte! A cervejaria foi fundada em 1564 pela família Maes, permanece sob os cuidados da mesma e hoje produz as excelentes cervejas Brugse Zot e Straffe Hendrik. Além disso, ela também oferece uma visita incrível com direito a degustação de uma deliciosa Brugse Zot Blond ao final.
Fizemos toda a visita, acompanhada de uma senhora com mais de 70 anos e foi um encanto. Ela nos mostrou o passo a passo da fabricação da cerveja e ainda tivemos um tempo para tirar (e que disposição) aquela foto panorâmica no alto do prédio. Valeu a visita de 45 minutos, pagamos em torno de 9 euros por pessoa.
Terminamos o dia tirando foto dos canais que circundam a cidade e dos recantos que a mesma possui. Cada foto tirada parecia um sonho, pelos detalhes, muros, monumentos e pontes.
Chegou a noite e tivemos de voltar para Bruxelas mas, antes, encontramos perto da Estação Central um excelente “kebab”, de frango e vegetais, que foi devidamente saboreado na companhia de uma Leffe. O lugar era pequeno, mas muito simpático e nós prometemos ao dono que faríamos aquele comercial no nosso blog, aí vai… Se fores a Bruges, não deixe de comer no “Mount Gorkha” na Rua Katelijnesstraat, 148, 8000 em Bruges.
Ou seja, não basta ser uma cidade linda, o povo de lá é muito amável e é um lugar que não pode deixar de ser visitado para quem estiver de passagem pela Bélgica.
Enfim, um dia com certeza voltaremos a Bruges, pois se tivéssemos mais tempo a cidade deveria ter sido ainda mais curtida do que foi.