As ViagensBruxelas, a Capital da Bélgica e da União Europeia

Bruxelas, a Capital da Bélgica e da União Europeia

Em outubro de 2017 escolhemos visitar a Bélgica. Ficamos hospedados o tempo inteiro na capital Bruxelas, que possui uma infra-estrutura fantástica, e aproveitamos para visitar algumas belas cidades do interior, considerando a facilidade de acesso ida e volta, via ferroviária. Além de ter a oportunidade de passear por mais um país que tem a fama de ser autenticamente “de primeiro mundo”, a viagem teve como objetivo o de provar as cervejas belgas e compará-las com as alemãs e inglesas. E lá fomos nós para mais uma aventura. Chegamos a Bruxelas às 23 horas, vindo do aeroporto de East Midlands (Inglaterra), viajando pela Brussels Air Lines (avião super pequeno, mas confortável e, como surpresa, foi servido um lanche de bordo free). Como sempre, para fazer deslocamentos internos, pegamos um trem do Aeroporto em direção à Estação Central de Bruxelas e descemos na Estação Gare Du Midi, pagando € 8,80 por pessoa. Chegamos à conclusão de que viajar a noite nunca é bom, ainda mais chegando muito tarde, pois é difícil entender o sistema de transporte de uma capital Europeia, logo na chegada. É necessário pelo menos um dia para se acostumar. Mas logo aprendemos que a Gare Du Midi é uma estação que interliga train, metrô, ônibus e até trem para outras cidades e alguns países. Nossa hospedagem estava marcada para o Ibis Styles Brussels Centre Stephanie. Foi na Estação Gare Du Midi que subimos e descemos muitas escadas para nos deslocarmos. E lá pegamos um metrô (Linha Elizabeth) até a parada Louise e, logo a seguir, pegamos outro train (trem de superfície) até chegar ao Hotel Ibis. A parte do metrô mais train custou € 2,10 (cada). Muito em conta os valores do deslocamento. Foi só deixar as malas no hotel e lá fomos nós até o bar de um hotel ao lado do Ibis tomar a primeira Leffe (nossa cerveja preferida). Que delícia!!!

Nosso objetivo nesta viagem também era o de conhecer a origem da cerveja Leffe.

Já no primeiro dia ficamos um tanto assustados com a quantidade de guardas armados que circulava pela cidade. Andavam em grupos de três ou quatro. Depois fomos entender o motivo, pois estávamos em Bruxelas, considerada a Capital da Europa (Centro Administrativo da Comunidade Europeia). Além de capital da Bélgica, essa cidade de pouco mais de 1,2 milhão de habitantes também é a Sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Outro fato importante que tornou ainda mais famosa a cidade, foi a assinatura do Tratado de Bruxelas em 8 de Abril de 1965, firmado pela Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos, estabelecendo uma comissão e um conselho únicos para as três comunidades Europeias: a Comunidade Econômica Europeia (CEE), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e a Comissão Europeia da Energia Atômica (Euratom). É por isto que todo mundo por lá tem uma cara de seriedade!!

Welcome, você está na Capital da Europa, Bruxelas.

Oficialmente, fala-se no país o francês, o holandês e o alemão, mas com o inglês mediano tem como se virar muito bem na cidade. Outro fato que nos chamou a atenção foi a tranqüilidade do trânsito, em algumas vias não tem sinaleira e o pedestre tem absoluta prioridade.
Compramos um bilhete integrado de ônibus, metrô e train por € 7,50 por um dia (duração de 24 horas, podendo circular quantas vezes quiser). Pegamos um train e descemos na Praça do Palácio Real (Palais Royal), residência oficial dos reis da Bélgica (sede do Poder Executivo do país). A fachada é estilo neoclássico e a construção é do final do século XVIII. Localiza-se ao lado oposto do prédio do Parlamento. Os dois edifícios simbolizam o sistema de governo da Bélgica, a monarquia.

O sistema de governo da Bélgica é a monarquia.

O lugar é comum, em se tratando de beleza arquitetônica, mas o que impressiona é a organização. Andamos por todos os lados tirando fotos dos prédios e chegamos até o edifício do Museu dos Instrumentos Musicais – Musee des Instruments de Musique (que deixamos para visitar no outro dia). Impressiona a arquitetura, pois tem vários instrumentos musicais em sua fachada.

Museu dos Instrumentos Musicais e sua fachada tipicamente decorada.

O museu está instalado em um edifício chamado Old England, uma joia arquitetônica do “Art Nouveau” criada em 1899 para abrigar uma grande loja de departamentos. Seguindo adiante, fomos até um dos cartões postais da cidade. Lá está o “Jardin du Mont des Art”. Ficamos boquiabertos, com tamanha cena panorâmica. A atração turística fica no alto, no “Mont des Arts” entre o Palais Royal de Bruxelles (Palácio Real) e a Biblioteca Nacional. O jardim é aberto e dá para ver a cidade lá de cima, inclusive as torres das igrejas e catedrais. Não deu para apreciar muito o lugar, passamos pelo jardim e vimos apenas de relance os museus que o cercam.

O “Jardin du Mont des Art” é um dos cartões postais da cidade.

Foi lá que encontramos um brasileiro muito simpático que nos ensinou a tirar a foto ideal de um dos grandes atrativos da cidade. Fomos andando e logo a seguir entramos em uma igreja muito bonita, onde o que nos chamou a atenção foi a imagem da Santa Rita de Cássia e os vitrais do prédio. Devagarzinho na caminhada e apreciando a cidade, chegamos no lugar mais turístico de Bruxelas, a “Grand Place” ( Patrimônio Mundial da Unesco) ou “Grote Markt”, em holandês. Mesmo fora do período de férias, a praça sempre acumula uma quantidade expressiva de turistas, principalmente grupos de asiáticos. Quando se chega à praça central, podem ser vistos dois prédios: “The City’s Town Hall” e o “Breadhouse”, que atualmente funciona como Museu da cidade (“Museum of the City of Brussels”). O “Grand Place” possui um dos mais belos conjuntos de edificações da Europa.

A “Grand Place” (Patrimônio Mundial da Unesco) ou “Grote Markt”, em holandês.

A “Grand Place” agrupa construções de diversos estilos arquitetônicos, tais como góticos, barrocos, neogóticos e clássicos. O prédio mais importante é o da Prefeitura, construído em 1402 (não visitamos, mas oferece visita guiada e é repleto de obras de arte). O lugar é de uma beleza tão impressionante que ficamos extasiados por uma meia hora. Difícil é achar um lugar para tirar “aquela foto” pois todos os espaços estão ocupados. Um detalhe curioso da praça é que a cada dois anos (anos pares), na metade de agosto, a praça torna-se um enorme e colorido tapete formado por flores de mais de 500 mil plantas (begônias), a chamada Festa da Flor. Bateu aquela fome e fomos comer um dos melhores “kebabs” da cidade (e ficamos fã), pois além de ser super gostoso, composto de frango com vegetais, é recheado com a famosa “batata belga”, o que fez com que pedíssemos de novo uma cerveja “Leffe” para acompanhar. Foi ali que descobrimos algumas variedades da Leffe: a “Brown”, a “Black” e a “Red”. Para nós, a Brown é a melhor. Com muita vontade de tomar aquela cerveja, acabamos entrando em uma porta na praça da “Grand Place”, onde estava escrito “Museu da Cerveja”, denominado Museu da Cerveja Porewer´s House. Pagava-se € 5,00 com entrada para olhar a pequena exposição dos objetos utilizados no fabrico da cerveja, como também, um audiovisual detalhando a fábrica e, ao final, ganhava-se um copo de cerveja. Entramos no famoso “pega turista”.

O local é bem interessante, mas não era aquilo que queríamos ver e nem beber. Por todo o lugar que se anda no centro da cidade podem ser encontradas vitrines de chocolates e de doces.

A cidade oferece o que tem de melhor na versão “chocolate”.

A Bélgica é muito apreciada também, por fabricar o melhor chocolate do mundo e dos “waffles” com cobertura de chocolate, sorvete ou frutas. Como todo o centro turístico tem que ter cuidado, pois próximo a um dos monumentos mais famosos de Bruxelas, o Mannekin Pis, tem muita lojinha vendendo waffle a € 1,00, no entanto, é puro açúcar. Os melhores estão no valor de € 4,00, super recheados, e esse é o “preço de mercado”. Esse doce, na Idade Média, era servido como hóstia. A diferença do waffle da Bélgica é que é feito na hora e a maioria deles é vendido em supermercados. Tivemos de correr um pouco para ver o famoso Manneken Pis (o menino mijão), que se tornou símbolo de Bruxelas. Fomos bem cientes que íamos ver uma estatueta pequena de um menino.

O Manneken Pis (“o menino mijão”) se tornou símbolo de Bruxelas.

A estátua do garotinho é bem pequena (cerca de 60 cm de altura). As roupas do Manneken são trocadas freqüentemente (hoje ele tem mais de 300 vestimentas) e depois de usadas são expostas no Museum of the City of Brussels que fica no Grand Place. No dia em que nós fomos casualmente a estátua estava sem roupa (hehehe). Na realidade, esta estatueta representa o “bom humor” dos moradores de Bruxelas. Andamos meio sem rumo pelo centro da cidade e pudemos apreciar uma série de grafites pintados nas laterais dos edifícios. E isso encanta muito.

Andando por Bruxelas, parece que você faz parte de uma história em quadrinhos.

Conhecida como a capital do cartum, diversos personagens de histórias em quadrinhos fazem parte da cultura de Bruxelas. Tintin é um dos mais queridos heróis das tirinhas belgas. Envolvido em peripécias nos locais mais exóticos do planeta, está sempre na companhia do Capitão Haddock e do esperto cachorrinho Milu. “As aventuras de Tintin” compõem a obra mais renomada de Georges Prosper Remi, que adotou o pseudônimo Hergé. Andando por Bruxelas, parece que você faz parte de uma história em quadrinhos. Não aguentando mais de sede, paramos em um bar chamado Chez Richard, um verdadeiro “achado”, pois era uma espécie de pub, frequentado por moradores e com as melhores e seletas cervejas da Bélgica. Foi lá que encontramos uma loirinha belga muito simpática, que conversou em português conosco, uma vez que tinha morado um ano em Londrina, no Paraná.

A mistura mais legal de Bruxelas, chocolate com a cerveja Leffe.

Seguimos e entramos em uma das inúmeras lojas de chocolate da cidade. São tantas boutiques de chocolate, que encanta somente de olhar as exposições nas vitrines. A maioria dos chocolates não é feita em barras, mas sim na versão “bombom” e são vendidos por gramas. O nível de qualidade é muito alto. Nós tínhamos anotado, previamente, alguns lugares especiais (marcas) para visitar, mas, chegando lá, deu para perceber que todas são muito semelhantes, somente um exímio conhecedor de chocolates poderia distinguir um sabor do outro. Para nós, simples mortais, é praticamente impossível não ficar de “boca aberta” com as lojas de chocolate. Aliás, são joalherias de chocolates. Ao entrar em algumas lojas, bate certa timidez, pois até para pedir tem de ter muito conhecimento de causa e classe. Entramos em uma loja de chocolates chamada Leônidas (Maitre Chocolatier), pedimos alguns bombons e saímos para a rua, felizes que nem crianças. Perto das “boutiques de chocolate”, visitamos a Catedral de Notre Dame, em estilo gótico e datada do século XV.

A Catedral de Notre Dame em estilo gótico, datada do século XV.

A igreja foi construída para abrigar e venerar uma pequena estátua milagrosa achada e recuperada por Beatrice Soetkens, trazida de volta a Bruxelas em 1348. Além disso, muitos membros da Côrte Real estão enterrados no Sablon. A beleza exterior é surpreendente pelos vitrais que permitem a entrada da luz na igreja, e abriga ao fundo a capela de Santa Úrsula, onde estão enterrados Thurn e Taxis – mártires do império Habsburg. Ainda contém a capela de Saint Marcouf, padroeiro dos farmacêuticos. Ambas capelas são esculpidas em estilo barroco. Vale a visita!

A Praça Petit Sablon é a mais charmosa da cidade e tem 48 estátuas que ilustram as antigas profissões do mundo.

Quase em frente, visitamos o Petit Sablon, a praça mais charmosa da cidade, com 48 estátuas que ilustram as profissões antigas. As estátuas de bronze representam as antigas guildas medievais da cidade, e lá dentro do jardim há uma fonte em homenagens aos condes Egmont e Hoorn, dois importantes mártires revolucionários que lutaram contra o governo de Felipe II.

No jardim há uma fonte em homenagem aos condes Egmont e Hoorn.

Pegamos um ônibus na parada em frente e fomos até a Praça du Luxembourg, para tomar aquela cerveja especial no The Beer Factory. O lugar era muito agradável. O clima do bar era ótimo, e a maioria das pessoas vai lá para comer o famoso prato típico da Bélgica, o tal “Moules Frites”, servido em panelas individuais. O mexilhão com batata frita é muito popular no país inteiro e o ideal é comê-lo durante o verão europeu, quando é a época em que o mexilhão está em alta. O prato é simples: mexilhões cozidos em um caldo (existe uma infinidade deles no cardápio, e cada um tem de escolher o seu favorito), sendo servido à parte, uma porção de batatas fritas. Vimos muitas pessoas apreciando os mexilhões com uma cerveja chamada Primus. Nós fomos lá para tomar a Weintz Beer, ou White Beer ou, ainda, Wheat Beer, em inglês, a deliciosa cerveja de trigo.

Atomium, o cartão postal de Bruxelas.

No segundo dia da nossa estada, lá estávamos na Estação de Trem Gare Du Midi (metrô 6 até a estação Heysel), rumo ao Atomium, o cartão postal de Bruxelas. Construída em 1958 é considerada a Torre Eiffel de Bruxelas. O Atomium foi construído para uma exposição mundial, e devido ao formato (um cristal de ferro ampliado em 165 bilhões de vezes) é considerado uma mistura de prédio com escultura. São 9 esferas (cada uma com 18 metros de diâmetro) conectadas por 20 tubos. Três grandes pilares (conhecidos com bipodes) sustentam essa estrutura de 102 metros de altura que recebe milhares de visitantes por ano. A construção é imponente e instigante. Dá vontade de contemplar e tentar entender como ela foi construída. Para ingressar ao local pagamos em torno de € 12,00 cada. Ao entrar (tem de deixar os pertences em um armário) um elevador leva até o 7º andar, onde todos podem apreciar a vista panorâmica da cidade de Bruxelas. Durante a subida, os visitantes são convidados a olhar para o alto e ver a estrutura do prédio por dentro. Chegando ao topo, há uma vista panorâmica de 360 graus da cidade. Pena que o prédio fica bem longe do centro e que as construções mais interessantes ficam minúsculas, mas vale uma foto, mesmo que à distância.

Em uma das esferas se tem uma visão de 360 graus da cidade.

De lá, se desce de elevador até o andar térreo e dali se tem acesso (por escada rolante) até as demais esferas. Na primeira esfera se tem conhecimento da história do Atomium, com uma exposição de fotos e audiovisuais da época da construção e inauguração. São cinco esferas ao todo, e de uma delas se pode apreciar uma exposição de arte temporária, de outra mais um pouco da história de Bruxelas e do Atomium, e assim por diante. Achamos interessante que as escadas rolantes eram gigantes e simulavam um túnel com luzes (impressão de se entrar em outra dimensão). Vale a visita, por fora e por dentro, e fazer a famosa foto clássica em frente ao monumento.

Parque Temático Mini Europe (monumentos em miniaturas).

Quase em frente ao Atomium, se tem acesso ao Mini Europe (o ingresso custa em torno de € 10 cada) onde há reproduções de monumentos de várias cidades que fazem parte da União Europeia, em torno de 80 cidades e 350 monumentos e prédios históricos (escala 1.25). Encontram-se paisagens, trens, moinhos, montes, teleféricos e até vulcão. O parque foi construído em uma área de 24.000 m², algumas maquetes são animadas e a visita dura em torno de 90 minutos. O investimento inicial foi de € 10 milhões em 1989 e tem previsão orçamentária para a sua ampliação até 2020.

Interessante este link entre o Atomium e a Mini Europe.

Em algumas réplicas são impressionantes as semelhanças com as originais, sendo magnífico observar a riqueza de detalhes de cada construção. O processo de criação de cada miniatura é demorado e complexo, por exemplo, a bela Catedral de Santiago de Compostela levou mais de 24 mil horas para ser construída. Cada atração tem uma placa com um breve resumo sobre sua história e onde está localizada. Alguns monumentos são interativos e, ao apertar um botão, é possível mover as gôndolas de Veneza, reproduzir parte da queda do Muro de Berlim, fazer o chão tremer com uma erupção do Vesúvio, ver uma tourada na Plaza de Toros de Sevilla, etc. Para nós, impressionou muito a reprodução do Parlamento Inglês de Londres e a Grand Place de Bruxelas. No final do parque, ainda tem uma lanchonete para se tomar um café.

Delirium, mais de 2.000 tipos de cervejas disponíveis para o cliente (Guinness Book).

Saímos dali com fome, pegamos o Metrô 6 e descemos na Estação Brockecke, no centro da cidade, com o objetivo de conhecer o Pub Café Delirium. Acabamos jantando próximo ao local, naquele tipo de restaurante “pega turista”, onde oferecem três pratos (entrada + prato principal + sobremesa) por € 15,00 cada. Comemos salada, salmão grelhado e de sobremesa um waffle com sorvete de chocolate (nada saboroso). Para beber, a excelente cerveja de trigo (witbier) belga, Hoegaarden. A grande surpresa foi que na rua do Café Delirium (Rue de Bouchers, um beco escuro) encontramos a Jeanneke Pis, a “menina mijona” gradeada e escondida em um cantinho. Pareceu-nos ser um contraponto ao “menino mijão”, símbolo da cidade.

A Jeanneke Pis, a “menina mijona”, escondida na frente do Delirium.

A menina, talhada em bronze, está de cócoras protegida por uma grade. Foi criada em 1987 a pedido do dono de um restaurante (provavelmente o dono do Café Delirium). Um dos pontos altos de Bruxelas, em nossa opinião, foi a visita ao Pub Café Delirium (indicação do nosso filho que disse durante nossa visita: “Vocês ainda não foram ao Café Delirium?”) E ali estávamos nós… O tal Pub, tem duas ou três entradas, meio confusas, em desnível, com escadas para baixo e para cima, interligadas, mas onde você entrar tem a impressão de que está no lugar certo, pois é simplesmente maravilhoso. O local foi eleito pelo Guinness Book como o Pub com o maior cardápio de cervejas do mundo desde 2004. São, aproximadamente, 3.172 rótulos para você escolher. Ficamos no subsolo, onde são oferecidas mais de 20 opões de cervejas de barris, além de um universo de rótulos em garrafas. No térreo, funciona o Delirium Taphouse, onde servem 27 cervejas “on tap”. E o último andar é o chamado de Delirium Hoppy Loft: este espaço não fica aberto o tempo inteiro, pois nele são servidas cervejas extremamente especiais, ou seja, não é sempre que tem um público à procura deste tipo de cerveja. Ele é totalmente voltado para cervejas com um sabor mais excêntrico, além de contar com edições raras de pequenas cervejarias americanas.

A verdadeira vitrine dos sonhos exposta dentro do Delirium.

E há o Delirium Monasterium, onde se tem a possibilidade de provar as cervejas de abadia e trapistas. Provamos todas as cervejas que pudemos naquela noite, mas a opção era tanta, mas tanta, que pedíamos sugestões aos rapazes que serviam os clientes (barmen). E que categoria, ao abrir uma cerveja especial, era um verdadeiro “delírio” ver a forma como eles serviam os copos (levantavam a cerveja para o alto, posicionavam o copo e o líquido escorria verticalmente para o copo de uma forma magistral).

Delirium e sua decoração muito louca (bandejas de cervejas) até no teto.

Mas o ponto alto foi quando vimos um baixinho, gordinho e careca entrando no Café com uma mala (parecia um monge do filme Em Nome da Rosa). Uma turma de quatro rapazes estava esperando por ele. O baixinho chegou, contou algumas histórias engraçadas e logo se levantou para pedir cerveja para todos. Aí tivemos a idéia de seguir o homem, para tentar saber quais eram as melhores pedidas. Hahahaha.

Esse moço era entendido de cerveja, será que ele fugiu de um Monastério?

Deu certo, o que ele pediu nós pedimos também, uma cerveja com rolha. E não é que a mesma tinha um gosto “achampanhado”… Divino! Ficamos conversando (já um tanto alegres demais) e imaginando se o tal baixinho não tinha fugido de algum Monastério só para alegrar os amigos… Que noite!!! Ah, só não entendemos a logomarca do Café Delirium, dois elefantinhos cor-de-rosa (delirium tremes), muito fofos… A cerveja que mais gostamos se chamava Chimas (acho que porque estávamos com saudade de tomar um bom chimarrão gaúcho)… hehehe…

No outro dia tínhamos a intenção de ir à cidade de Gent, mas ocorreu um caso bem estranho (que depois soubemos o motivo). Após entrarmos no nosso metrô, esse ficou parado por quase meia hora, sem causa aparente. Com o movimento de guardas altamente armados, andando pela estação, ficamos um tanto preocupados (achamos que havia algo de errado na cidade). Subimos e pegamos um train para o Museu da Música e, no caminho, encontramos uma brasileira que morava a quase 10 anos em Bruxelas, a qual nos explicou que eventualmente os guardas fazem uma “batida” nos meios de transportes para averiguar se todos os passageiros possuem o tíquete de pagamento e até, em alguns casos, revistam mochilas e bolsas (glup!!).

Dentro do Museu estão expostos cerca de 8 mil instrumentos.

Após este episódio, nossa parada foi no Museu da Música (entrada a € 5 cada), por vários motivos: o principal é porque temos um filho músico instrumentista, além do que, no local, estão expostos cerca de 8 mil instrumentos. O Museu foi fundado em 1877 e ocupa um dos prédios mais bonitos de Bruxelas (estilo art nouveau) desde o ano 2000. Possui umas das coleções de instrumentos mais completas do mundo, que abrange desde a antiguidade até a atualidade. Naquele dia, infelizmente, os áudios-guias estavam em reparo (uma lástima), o que nos fez observar o Museu somente pelo prisma do “visual” e não pelo “áudio”. A nossa expectativa seria a de colocar o guia individual nos ouvidos e selecionarmos o código do instrumento preferido. Mas isto não ocorreu, acabamos tirando fotos no 3º andar, onde tem um restaurante com uma vista panorâmica da cidade. Visitamos os três andares mais o subsolo, com “olhos de lince”, tamanha a riqueza de detalhes que possui cada instrumento dentro do respectivo período histórico.

Comics Art Museum a arte em forma de desenhos em quadrinhos.

Seguindo a linha de Museus, fomos visitar o Comics Art Museum que reúne exposições permanentes e temporárias de ilustrações e objetos únicos sobre a história dos quadrinhos e os artistas de Bruxelas. A entrada custa € 10 cada e conta a história dos quadrinhos da Bélgica que teve um grande incremento em 1929, através de um artista chamado Georges Remi (apelido Hergé). Foi em um jornal novo que Hergé deu vida a “Tintim”, um personagem sem muitas marcas no rosto (pode simbolizar cada um nós) que retratou as aventuras do repórter e de seu cachorrinho Milu, os quais aos poucos foram ganhando muita popularidade em toda a Europa. O Museu tem outros personagens e um dos que mais apreciamos (para quem tem filhos na faixa dos 30 anos!!) foi a Família Smurf, que adoramos.

Adoramos relembrar a história da Família Smurf.

Gostamos muito de ver a estátua gigante de um Smurf na entrada do Museu. Para quem não lembra, nos anos 90, o desenho dos Smurfs fez muito sucesso no Brasil. São pequeninas criaturas azuis que vivem em casinhas em forma de cogumelo numa aldeia escondida no meio de uma floresta.

Outros personagens em quadrinhos têm estátuas, miniaturas e suas histórias contadas no museu. Vale a visita, pelas inúmeras histórias e seus personagens, alguns que a gente desconhece, porque fazem parte da cultura local, criados por artistas belgas.

Axterix e Obelix também são lembrados no Museu.

À noite, outra bela surpresa, pois fomos jantar em um restaurante perto do hotel, que era um super buffet de comida paquistanesa, a um preço muito bom, € 19 cada. O Buffet se chama Maharaja (Rua Chéc de Charleroi, 116), mais de 20 pratos quentes, à vontade. Um verdadeiro achado, pois a comida na Bélgica não tem bom preço como na Inglaterra.

Depois de termos visitado algumas cidades do interior da Bélgica, no sistema bate e volta, que serão relatadas em outros posts, voltamos a apreciar Bruxelas, no oitavo e último dia da viagem. O dia amanheceu nublado, deixamos as malas no hotel e saímos para caminhar. Antes de sairmos do hotel, falamos com o porteiro português, que nos deu algumas dicas de passeio, mas antes disse algo bem interessante: “Os bruxelenses não gostavam de sair aos domingos para não gastar, ainda mais em dia de chuva ou frio”. Achamos engraçado, pois esta filosofia não era usada em Nottingham – UK. Pegamos um train e fomos até um bairro charmoso de Bruxelas, chamado Ixeles (bairro antigo com várias lojas de artes). Foi uma ótima surpresa, em um domingo e final de férias, e o bairro era um charme. Fomos até a Praça Flagey.

A Praça Flagey, onde se encontra aquelas feiras típicas de comida de rua.

A praça ganhou esse nome por causa do edifício Flagey, onde antigamente funcionava uma emissora de rádio belga (La Maison de la Radio). Naquele dia (domingo) tinha uma daquelas feiras comunitárias que vendem tudo, desde batatas fritas até frutas e verduras. Comemos uma “sopa vegetariana” acompanhada de uma cerveja natureba “fabrico natural, fermentação livre”, de nome Dupont. Um verdadeiro achado para o almoço.

O humor “ácido” dos belgas, presente nas histórias em quadrinhos.

Visitamos algumas livrarias ao redor da Praça e descobrimos um verdadeiro tesouro (inúmeros livros de histórias em quadrinhos de todos os tipos e gêneros). Passamos pelo famoso Café Belga, um bar famoso da cidade que vende vários tipos de cervejas fabricadas na Bélgica. Não podemos deixar de contar que pagamos uma fortuna por um “paracetamol”, pois fomos a uma farmácia e nos cobraram € 11 por uma cartela. Sendo que € 5 era uma taxa extra chamada “de emergência”, pelo fato de ser domingo,

Pegamos nossas malas no hotel e fomos para o aeroporto de Bruxelas, fazendo o primeiro trecho de metrô (via Gare Du Midi). Depois, pegamos um trem, pagando € 8 cada, e achamos estranho que, durante o trajeto, ninguém nos pediu para conferir os bilhetes, mas, em compensação, ao chegar ao aeroporto, para entrar no mesmo, tinha uma espécie de “cancela eletrônica” que impedia você de entrar se não tivesse o tal ticket do trem. Sem contar os inúmeros guardas e fiscais de prontidão no aeroporto.

E, para deixar saudade, finalizamos a viagem brindando com a cerveja Leffe.

Para relaxar, tomamos a última cerveja Leffe no bar do aeroporto, acompanhada de um sanduíche de presunto e nos despedimos de Bruxelas. Ah, foi lá também que, parecendo se despedir de nós havia uma estátua linda da Família Smurf, bem no meio do corredor.

Adoramos a Bélgica, pois a nossa idéia inicial, além do passeio em si, era a de provar as cervejas belgas e compará-las com as alemãs e inglesas. Nossa conclusão foi a de que a cerveja belga é insuperável!

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