As ViagensHamburgo, a Cidade do Fantástico Mundo em Miniatura

Hamburgo, a Cidade do Fantástico Mundo em Miniatura

Em agosto de 2017 saímos da nossa cidade (Nottingham) com destino ao aeroporto de Luton, pegamos um voo pela Companhia Aérea EasyJet e entramos na Alemanha por Hamburgo, saindo, dias depois, por Munique. A intenção da viagem era atravessar a Alemanha de trem por 12 dias e lá fomos cumprir o nosso próprio roteiro. Chegamos a Hamburgo à noite e aterrissamos no aeroporto de Flughafen (inaugurado em 1911), um dos maiores do país. Ao descer, já compramos um ticket de trem em direção à Estação Central de Hamburgo ao preço individual de 3,20 euros. Chegamos muito tarde à cidade, lá pelas 23 horas, e praticamente tudo estava fechando (inclusive a Estação Central).

Estação Central de Hamburgo, uma imponência mundial.

Atravessamos a rua e fomos comer em um restaurante em frente à Estação Central, tendo sido muito bem atendidos, apesar do adiantado da hora. O garçom foi muito claro: “iremos atender até a meia-noite, portanto, vocês têm 45 minutos para comer”. De início deu para perceber que iríamos ser guiados por regras muito claras, pois o povo alemão é muito organizado. E já no primeiro jantar deu para notar que os pratos individuais servidos na Alemanha consistiam em uma porção muito generosa. Pedimos duas “Ceasar Salad”, sendo que cada uma dava para alimentar um casal perfeitamente. Outro detalhe que deu para perceber é que, ao entregar a conta, eles (garçons) fazem questão de especificar o gasto do cliente, são detalhistas ao extremo (bem diferente do Brasil).

A “Ceasar Salad”, o prato é gigante e fundo.

Ficamos hospedados em um hotel da Rede Ibis, localizado bem próximo à Estação Central, o que facilitou nosso deslocamento para o centro da cidade e até a nossa viagem para Berlim, no outro dia. Por falta de um planejamento mais adequado e de tempo, deixamos somente um dia da viagem para Hamburgo. A cidade merece muito mais do que isto, com certeza. Depois do café da manhã deixamos as malas na Estação Central “Hauptbahnhof”, o que facilitou muito as nossas vidas de turistas.

Hamburgo existe? É para lá que eu vou!!!

Marcamos um encontro com uma amiga do nosso filho, a Tina, para conhecê-la. A mesma mora em Hamburgo a alguns anos (cantora brasileira). Ela tem uma filha pequena e nos deu algumas dicas de visita para Hamburgo. Deslocar-se por Hamburgo partindo da Estação Central é muito fácil.

O prédio da Estação Central é histórico.

Nosso encontro com Tina se deu no Centro de Hamburgo. Sentamos em um dos bares da cidade antiga (Altstadt), localizada bem no coração da cidade.

Altstadt e seus belos cisnes.

E bem perto dali encontra-se a Rathausmarkt, antiga praça de mercado da Idade Média onde está o prédio neo-renascentista da prefeitura de Hamburgo (a Rathaus), símbolo da cidade.

A Rathaus, símbolo da cidade.

Tomamos uma cervejinha sem álcool acompanhada de uma torta, próximo ao rio Alster (um afluente do rio Elba). Só para esclarecer que, no centro de Hamburgo, o rio Alster foi represado formando dois lagos artificiais, o Binnenalster e o Außenalster. Nas suas margens estão instaladas diversos arcos com shopping centers, lojas de grife, cafés e restaurantes que vão até a prefeitura. Foi neste local que ficamos por um bom tempo conversando com Tina. Até porque teríamos uma longa “aventura” pela frente na Alemanha.

Deu para perceber que a cidade tem inúmeros shoppings com as maiores griffes mundiais. Entramos em um desses, bem no centro, e notou-se, de imediato, a “pujança” econômica de Hamburgo.

Nosso tempo foi curto em Hamburgo, mas, por acaso, após nos despedirmos de Tina, pegamos um ônibus, em direção ao prédio mais famoso da cidade e talvez da Alemanha, o Elbphilharmonie , um edifício de 110 metros de altura, feito de vidro espelhado, na margem do rio Elba. Mas, por aqueles acasos que acontecem na vida da gente, dos quais não temos controle, o bendito ônibus parou em frente ao Prédio da Wunderland (maior parque de miniaturas do mundo).

Caía uma chuva daquelas, tínhamos pouco tempo na cidade e não hesitamos, se fosse para fazer algo legal teríamos que entrar no Wunderland. E foi a melhor decisão do ano. Simplesmente sensacional!!!

O Wunderland é a maior exposição de miniaturas do mundo, simula um “mundo perfeito” e a maior parte das salas estão setorizadas por temas. Na exposição são apresentados réplicas idênticas de locais da Alemanha (Hamburgo, Região da Bavária e Central), Áustria, Suíça, América, Itália, Escandinávia e um pedaço da América (EUA), tudo em miniaturas e com luzes, sons, movimentos. Temos a impressão que estamos brincando de “Anjo” e olhando o mundo lá de cima. A obra teve início no ano 2000 e atualmente estão planejando quatro setores a mais, por etapas, até 2021. Por exemplo, até a primavera de 2018, será inaugurada a cidade de Veneza (Itália). Para visitar o local paga-se 12 euros por pessoa e tem que esperar a vez para ser chamado a entrar no Wunderland. Durante a espera, há uma lanchonete para sentar e assistir a um vídeo, contando os detalhes do planejamento e da construção das miniaturas. É servido água e refrigerante de graça. Cada setor tem um artista responsável que cuida dos mínimos detalhes da exposição. A riqueza dos pormenores impressiona, principalmente porque é tudo perfeito e em movimento. Por exemplo: simulação de um atropelamento em uma cidade (tem ambulância, socorrista, carro quebrado, maca e tudo o mais). São 1500 m2 distribuídos em quatro andares (incluindo a entrada do prédio, a parte administrativa, a portaria e a exposição das miniaturas) com nove setores temáticos monitorados por 50 computadores (chegará a 64 até o ano de 2018). Tem mais de 385.000 luzes (simulam dia e noite) e até o momento foram gastos mais de 800.000 horas para planejar, fazer e executar toda esta maravilha. Até o momento foram gastos mais de 20 mil euros e o orçamento até o ano de 2021 é de 30 mil euros. Foi neste momento que a gente se “rendeu” ao povo alemão. Eles são bons demais no que fazem, trabalham com planejamento e executam de forma perfeita.

A Alemanha tem lugar em destaque no Wunderland.

O setor que mais nos impressionou foi o Aeroporto de “Knuffingen”, que simula uma pista de partida e aterrissagem de aviões (todos devidamente identificados com os logos de empresas que operam na Alemanha). Pode-se observar em um Terminal a reprodução original do aeroporto de Hamburgo, Helmt Schimidt, onde têm carros de bombeiros, bonecos em miniaturas em diversas posições e é possível interagir através de seis botões.

Cenas do Aeroporto em miniatura de “Knuffingen”.

Já nos setores dos países, o que mais chama atenção é a Suíça, com o Castelo de Montebelo, o Concerto do DJ Bobo (com mais de 20.000 miniaturas de pessoas) e a Fábrica de Chocolates. Também é possível identificar os Alpes Suíços. A Alemanha tem um destaque especial, principalmente a Região da Bavária, com o Castelo Neuschwanstein (aquele que o Walt Disney se inspirou para fazer o da Cinderela). Já na parte da Alemanha Central tem uma longa ponte de 12 metros de comprimento onde passam os trens a cada minuto, simulando a rede ferroviária DB (estatal alemã). Simula, também, um Parque de Diversões com 30 mil luzes. A miniatura de Hamburgo tem a Ponte de Kohlbrand, a Catedral Michel, a estação de trem Dammtor, um estádio de futebol completíssimo, com 12.500 espectadores em miniatura, com os detalhes de suas feições.

Cenas da OKtoberfest (festa alemã), onde se pode observar a perfeição das miniaturas.

Já na América chama atenção o Cabo Canaveral, com o Centro Espacial Kennedy e a cidade de Las Vegas com as reproduções dos cassinos e hotéis de luxo. Na parte da Escandinávia encontra-se a Storebelt outra das pontes mais compridas em miniatura, de 10m45cm, que está acima do Mar Báltico (30.000 litros de água com troca de marés).

Nesta parte é possível observar a extração de minerais e alguns pontos turísticos de determinados países da Escandinávia, como a Catedral do Ártico de Tromsdalen e a Igreja de Heddal (reprodução fiel, nos mínimos detalhes). A Itália é o país que mais atrai olhares, pois se identifica alguns locais como o Monte Vesúvio e a cidade de Pompéia (antes da destruição até os dias atuais), a Costa Malfitana com a sua montanha de casinhas coloridas, a cidade de Roma, o Vaticano e a Basílica de São Pedro, a Fontana De Trevi, o Coliseu, entre outras atrações.

Costa Malfitana, na Itália, onde se observa a perfeição dos detalhes.

Passamos em torno de 2 horas e meia por lá, e queremos retornar sempre, pois Wunderland merece que fiquemos, no mínimo, um dia inteiro. Ah, tem várias lanchonetes e banheiros disponíveis, o que é ótimo.

Todos nós nos tornamos crianças em frente ao Wunderland.

Saindo do Wunderland, deu para notar que perdemos algumas maravilhas por não ficarmos mais uns dois dias em Hamburgo. Em pouco tempo deu para observar o bairro de Speicherstadt, o maior complexo histórico de armazéns do mundo. Foi declarado como Patrimônio Histórico Mundial pela UNESCO. Pela janela do ônibus percebemos o vermelho dos prédios em contraste com o preto das inúmeras pontes que cruzamos.

O Speicherstadt, o maior complexo histórico de armazéns do mundo.

Deu muita vontade de andar por tudo, sem pressa. Voltamos para a Estação de trem, pegamos nossas malas e fomos para Berlim, nossa próxima aventura. Ah, só para ficar com mais vontade de voltar, salientamos que a cidade tem 2302 pontes, mais do que Veneza e Amsterdam juntas. Com 90 consulados, a cidade só perde para Nova York.

E, por último, não deu tempo de ver o mais famoso prédio de Hamburgo, o Elbphilharmonie. Mas deu para curtir a miniatura do mesmo no Wunderland. E ainda deu para assistir “aquele concerto musical…” Viva Hamburgo!

A miniatura do prédio mais famoso de Hamburgo, o Elbphilharmonie.

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