As ViagensLake District, o Parque Chique da Inglaterra

Lake District, o Parque Chique da Inglaterra

Era um domingo, 7 de maio de 2017. Prosseguindo com a ideia de visitar as principais cidades turísticas da Inglaterra fomos em direção a Lake District, um dos parques naturais mais famosos do país. Fomos mais uma vez com a City Life, a agência de viagens de Nottingham que leva os estudantes para passear por diversas cidades do Reino Unido. A viagem foi ótima, com ônibus bom, com banheiro e TV, e três horas depois estávamos chegando ao local, que pertence ao Condado de Cumbria, uma das raras regiões montanhosas da Inglaterra.

Durante o trajeto, o nosso guia chamado Simon explicou que o Lake District National Park foi criado em 1951 e abrange uma área de 2.362 quilômetros quadrados. É considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 2017. Lake District está a mais de 914 metros acima do nível do mar e a montanha Scafell Pike, a mais alta da Inglaterra, está localizada nesse parque, além dos lagos mais famosos (profundos e naturais) como o Wast Water e o Windermere.


O Lago Windermere é a atração turística mais popular da região de Cumbria.

Então, nos meses de verão, os ingleses adeptos de caminhadas passam seus dias ensolarados por lá. O guia comentou também que o turismo se tornou a maior indústria do parque, com cerca de 12 milhões de visitantes por ano, principalmente de turistas provenientes do Reino Unido, China, Japão, Espanha, Alemanha e EUA.


A estrutura turística do Lago Windermere é integrada com a natureza.

O Lago Windermere é a atração turística mais popular da região de Cumbria e a economia local depende dos turistas. Por outro lado, o impacto negativo do turismo é muito visível, haja vista a erosão do solo causada pelas caminhadas, e milhões de libras são gastos para contornar esse tipo situação. Na realidade, Lake District recebe turistas há mais de 300 anos, muito antes da criação oficial do parque, tornando-se um dos destinos de férias mais antigos do mundo.



Em volta do lago tem diversas casas de férias que se transformaram em hotéis e pousadas.

O objetivo do passeio era fazer uma caminhada de 3 horas ao redor do Lago Windermere com todos os 60 estudantes (eram 2 ônibus). Os ônibus pararam em um estacionamento com supermercado, banheiros e restaurantes e todos foram convidados a seguir os guias de turismo da City Life. Mas nós resolvemos seguir nossos próprios passos e fomos em direção ao Vilarejo de Keswick, de onde partem as famosas caminhadas para as montanhas da Escócia (trekking mountain). O lugar é paradisíaco e as pessoas são acolhedoras, como é o padrão nas pequenas cidades da Inglaterra.


O Vilarejo de Keswick, de onde partem as famosas caminhadas para as montanhas da Escócia (trekking mountain).

A cidade é muito parecida com várias das que já visitamos pela Inglaterra, com ruas amplas contendo casas de pedras, cafeterias e casas de chá. O diferencial era a quantidade de lojas que vendiam artesanatos e material de apoio específico para a caminhada, como, por exemplo, as bengalas ou cajados, só que mais modernos. Vimos várias casas com estilo Vitoriano (final do século XIX) que podem ser observadas principalmente na beira do Lago Windermere, e que foram construídas por milionários.


Nos pubs os cardápios oferecem peixes do lago.

Muitas dessas casas se transformaram em hotéis ou pousadas de luxo. A cidade é belíssima e tem um “ar de montanha”, com vários turistas circulando pelas suas ruas. Encontramos um Centro de Informações Turísticas de primeiro mundo, com uma bela estrutura em estilo madeira natural, bem de acordo com o lugar, onde nos indicaram um passeio de barco pelo Lago Windermere. Os passeios eram de 2 em 2 horas e percorriam o lago de um lado para o outro. Saímos correndo e entramos no barco. Realmente, o passeio de barco foi encantador, em uma embarcação muito simples, colocamos um colete de salva vidas e navegamos pelo tal lago mais famoso da Inglaterra.


Os turistas passeiam de barco e interagem com os patos na bela paisagem.

O passeio valeu a pena, pois se tem uma noção das montanhas e da paisagem que cerca a cidade de Keswick. O interessante é que o barco fez várias voltas no lago, ao mesmo tempo em que parava para pegar as pessoas nos trapiches. Em uma dessas paradas, entrou um grupo de inglesas, todas muito alegres, bebendo taças de champanhe. Deu para perceber que o lugar era visitado, também, por pessoas que vem comemorar seus aniversários ou conquistas, situação essa muito apreciada pelos ingleses.

Depois, andando pelas cercanias de Keswick, fomos até Mirehouse & Gardens. Mirehouse é uma bela casa histórica de gerência familiar, situada às margens do lago, com jardins e parques infantis abertos para os visitantes desfrutarem em qualquer clima. Mirehouse é um lugar tão lindo que todos que passam por lá dizem a célebre frase: – Bem que poderíamos morar aqui.


Mirehouse & Gardens, um local de beleza deslumbrante.

Voltamos para o Vilarejo e encontramos um artista de rua tocando uma gaita de boca, bem ao estilo Bob Dylan, o que fez com que nos apaixonássemos ainda mais pelo encanto bucólico da cidade. 


Kim Seymour era o nome do artista.

O tempo estava curto e pegamos um táxi para irmos a um dos atrativos mais importantes da região, o Círculo de Pedra de Castlerigg, um conjunto de rochas posicionadas em forma de círculo, que remonta ao período neolítico, colocando o atrativo, sob certo aspecto, em pé de igualdade com Stonehenge, já visitado por nós anteriormente.


O Círculo de Pedra de Castlerigg tem a mesma vibração de Stonehenge.

Ao chegarmos ao local, nos deparamos com um campo, sem uma sinalização ou estrutura turística sequer, tendo que atravessar uma área descampada para se encontrar as pedras. Bem no meio das pastagens, no meio de vacas e ovelhas, se encontra o círculo de pedras ao ar livre. O Círculo de Pedra de Castlerigg tem um alinhamento solar, mas não deu para perceber muito bem, pois o dia estava nublado. Tivemos que pedir para o táxi voltar dali a meia hora e, mesmo o nosso inglês não sendo dos melhores, o motorista nos entendeu. Meia hora depois, em um horário britânico, lá estava o motorista, nos esperando. Ufa!


O motorista estava lá na hora marcada.

Dali fomos para o estacionamento e encontramos a nossa ex-colega de casa em West Bridgford (lugar onde moramos quando chegamos em Nottingham). O nome dela era Ariane, uma francesa, e ficou surpreendida com o relato de nossas aventuras pela cidade. Ela nos contou que a caminhada com os estudantes tinha sido cansativa. Enfim, fizemos a melhor escolha, sem sombra de dúvidas. 

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