As ViagensOslo, Terra dos Fiordes e da Magia dos Trolls

Oslo, Terra dos Fiordes e da Magia dos Trolls

Em julho de 2017 iniciamos a viagem com destino à Escandinávia, começando por Oslo. Saímos de Notthingham (Inglaterra) de ônibus em direção ao aeroporto de Stansted (Londres). O aeroporto é grande, mas não gigante como o de Heathrow. O intenso movimento somente confirma que para todos os aeroportos na área da grande Londres tem que chegar com bastante antecedência, mesmo que você já tenha feito o check in on line. Fomos pela companhia aérea Jet2 e o vôo levou duas horas até Oslo, a Capital da Noruega, e primeira cidade a ser visitada na Escandinávia. Ao chegar ao aeroporto denominado “Gardermoen” já compramos um bilhete integrado de transporte (ônibus, trem, metrô e barco), com validade para uma semana, ao preço de 340 NOK por pessoa. Logo na saída do portão de desembarque encontramos uma máquina para comprar esse ticket, tudo muito fácil e prático. Pegamos um super trem (do aeroporto para a cidade de Oslo, há várias opções de traslado, mas nenhuma delas supera em praticidade e velocidade o Airport Express Train – Flytoget), que nos deixou na Estação Central, após 30 minutos.

Flytoget é o nome do “trem rápido” que faz o trajeto Aeroporto – Estação Central de Trem.

Dali, saímos da estação e resolvemos ir a pé até o hotel. Andamos um pouco menos de meia hora a pé, à noite, sem perigo nenhum. Aliás, ao sair da Estação central (Oslo Central Station), já se leva um “susto positivo”, pois encontramos um jardim de flores lilás, o que nos deixou encantados.

Os jardins encantados estão por toda a cidade.

No caminho até o hotel bateu aquela fome e paramos no supermercado mais barato da Escandinávia, o “7 Eleven”, e comemos aquela salsicha acompanhada de um suco. Foi ali mesmo que tivemos a primeira surpresa, pois vimos uma garrafinha de água saborizada à venda (com flores e menta). Ainda comentamos entre nós: “Este país é de primeiro mundo mesmo”.

Ficamos hospedados na Rede Thon Hotels, localizado na Bogstadveien, uma avenida bem movimentada próxima ao centro de Oslo. Na recepção do hotel já tinha as famosas “loiras de 1m80cm e de olhos azuis”. Nos sentimos em casa, pois todos da recepção além da simpatia e de falar a língua local, dominam fluentemente o inglês e “navegam” no espanhol. Oh, alegria!

A grata surpresa do hotel foi o café da manhã, pasmem, serviram salmão cru, à vontade, como se fosse presunto. Foram quatro manhãs, regadas a salmão no pão, além, é claro, da pasta de salmão e de outras delícias que serviram na primeira refeição do dia. O que chamou a atenção da gente foi a quantidade expressiva de noruegueses vindos das cidades do interior, visitando a capital com suas famílias inteiras, no “padrão” loiros e de olhos azuis.

As paradas de ônibus são tão limpas que dá vontade de “tirar um cochilo”

O que nos levou a conhecer a Escandinávia e começar pela Noruega foi ter a oportunidade de descobrir o motivo de o país ser considerado o “primeiro do primeiro mundo”. Para obter este ranking vários fatores são analisados entre eles saúde, liberdade, segurança, expectativa de vida e estabilidade social e econômica.

Alamedas com muito verde cortam o centro da cidade.

A Noruega, em 2017, foi considerado o país mais feliz do mundo, ultrapassando os demais como Dinamarca, Suécia e Finlândia. Ah!!! Como é bonita essa Noruega!!!! Muito verde e muita água! Cachoeiras, rios, riachos, córregos e “fjords” ou fiordes, para todo lado. Simplesmente encantadora!

O cais do Porto foi todo revitalizado nos últimos anos.

A cidade de Oslo é tão limpa e florida que parece a sala de estar da casa da gente em dia de faxina. Se passar o dedo, não tem “um pó”. Não se encontra um “toco de cigarro” no chão, sem contar que a cada esquina se encontra uma floreira repleta de flores da estação.

Cidade limpa e organizada, que transparece paz e muita calma.

Para se deslocar pela cidade é muito simples, basta pegar um metrô ou um trem de superfície. Optamos, quase sempre, pelo trem de superfície (nada novo, pelo contrário, bem antigão), mas justamente esta mescla de natureza preservada com prédios antigos e novos, aliada à educação do povo e à limpeza da cidade é que dão o charme especial à cidade de Oslo.

Dentro do transporte público (trem/metrô/ônibus) é possível acompanhar os horários e as paradas seguintes.

Para começar a conhecer a cidade pegamos um ônibus (número 30) com destino a Bygdøy, próximo ao shopping center (shopping Byporten) que fica junto à estação central de trem Oslo S. De lá fomos visitar a nossa primeira atração, o Norks Folkemuseum. Pra quem tem interesse em visitar o museu, o ingresso em coroas norueguesas custa NOK 125 (adultos), sendo gratuito para quem possui o Oslo Pass. A parada é bem em frente ao museu.  Este Museu Vivo (porque tem personagens e animais que dão vida ao ambiente) está localizado em Bygdøy e possui em torno de 160 casas históricas (que foram trazidas de diversas regiões da Noruega para simular como viviam os noruegueses em diversas épocas).

Norks Folkemuseum, Museu Vivo onde as pessoas se deparam com personagens que encantam a todos.

O relato é o de que as casas de madeira vieram da cidade de Hovin, no condado de Telemark. A atração principal é “Gol Stave Church”, uma reconstrução perfeita da igreja de madeira (Stavkirke) de Gol, datada de 1212. Segundo relatos históricos, graças ao interesse dos Vikings em construir embarcações e casas, a tradição das esculturas em madeiras aprimorou-se e o trabalho resultou nessas famosas igrejas de madeira.

As igrejas de madeira chamadas de Stavkirker.

Existem vários tipos de igrejas de madeira, mas o elemento comum a todas é a especificidade da técnica empregada na construção de pilares (“staves”) e do esqueleto que sustenta toda a estrutura de madeira, com tábuas nas paredes e nas fundações. Atualmente, elas são quase exclusivamente encontradas na Noruega. Neste museu, a qualquer momento, você poderá encontrar uma “loirinha” tocando flauta na porta da casa e um “pretendente a marido” vestido a caráter e fazendo uma declaração de amor.

Namoro norueguês na porta de casa.

Pode-se deparar com um autêntico norueguês servindo uma “panelada” de mingau. Ou, até mesmo, um armazém antigo, onde a vendedora de doces abre um sorrisão quando te vende um pirulito e assim por diante. É tanta atração dentro do parque que você tem a impressão que está dentro de um filme de época. O Norks Folkemuseum representa “Old Town” de Oslo. O que impressiona são os personagens, suas falas, a seleção de roupas e utensílios típicos antigos, da Idade Média.

Fui servida com um mingau de aveia por esse norueguês autêntico.

Tem que pegar o mapa no início e seguir o caminho correto, para não misturar a história das diversas casas e dos períodos que o museu conta para a gente. Reserve, no mínimo, umas 3 horas para visitar este lugar.

Podemos vivenciar uma aula de época, em uma das escolas do Museu Vivo Norks Folkemuseum.

Na frente do Norks Folkemuseum sai o ônibus para visitar o Museu dos Vikings (Vikingskipshuset). Vamos dizer que é o atrativo número 1 da cidade, principalmente para quem curte a história dos Vikings, como nós. O museu é de graça apenas para pessoas abaixo dos 18 anos ou estudantes da Universidade de Oslo. Fora isso, é necessário pagar uma taxa. O valor normal do ingresso é de NOK 100,00 para adultos e NOK 80,00 para estudantes com carteirinha.

O museu pertence à Universidade de Oslo e já na entrada, ao pagar o ingresso, você baixa um aplicativo no celular para escutar a história de cada peça exposta no lugar. E que lugar! O museu abriga três barcos encontrados enterrados em fazendas, os quais, após um longo período de escavações e de estudos, chegaram à conclusão de que eram sepulturas de embarcações Vikings. Os nomes dos barcos são Tune, Gokstad e Oseberg.

Segundo o relato histórico, a construção de um prédio especial para abrigar os barcos teve início no final do século XIX. Porém, somente em 1926 começou efetivamente a construção para abrigar o primeiro barco. Em 1932 as outras salas para abrigar os demais barcos já estavam prontas, porém, o museu foi concluído mesmo apenas em 1957 devido a atrasos decorrentes da 2ª Guerra Mundial.

No jardim do Museu encontra-se um mapa que impressiona muito, pois se tem uma idéia da dimensão por onde navegaram os Vikings. Basicamente podemos dizer que os Vikings eram uma espécie de Piratas do Norte, exploradores e guerreiros escandinavos que invadiam outros territórios da Europa para realizar saques entre os séculos IX e XI. Andaram até pelo Egito. Somente no Museu da História da Suécia, visitado posteriormente, é que fomos entender, um pouco melhor, a história dos Vikings. A maioria dos povos Vikings vivia em ilhas na Escandinávia, e eram pacíficos, mas alguns deles, os considerados guerreiros, eram recrutados para um treinamento “militar”, sendo que parte possuía a característica de “povo violento”. Eles eram pagãos, ou seja, não se intimidavam com igrejas ou monastérios como outros grupos da época na Europa, o que os tornava um pouco mais ousados para aqueles tempos. Os barcos construídos por eles eram muito bons, decorrente de estudos e métodos de navegação bem avançados para a época. Entretanto, na prática, muitas vezes, os experimentos não davam muito certo, o que fez com que muitas de suas descobertas (regiões, ilhas) fossem acidentais e não planejadas. Pelos vídeos decorrentes de pesquisas históricas, dá para entender que muitas destas embarcações sofreram acidentes e foram enterradas na costa. No século XI a população de Vikings diminuiu drasticamente, por uma série de fatores, e conta-se que o último rei Viking foi ao trono em 1015.

Os barcos, segundo relatos do museu, são datados do século IX e foram encontrados entre os anos de 1867 e 1903. Os nomes dos mesmos são baseados nos locais em que foram localizados. Eles estavam bem conservados devido ao tipo de solo (envolvidos em argila). Além dos barcos o museu ainda conta com diversos artefatos da Era Viking. Apesar da restauração, o museu afirma que 90% é material original da época. Também no museu, tem a apresentação de um vídeo de 7 minutos, com efeitos especiais, que transporta o espectador na história aos tempos da Era Viking, o que causa forte emoção, uma vez que você o assiste em meio aos barcos, sentado em cadeiras de madeira ou, até mesmo, no chão.

O barco que mais impressiona é o Oseberg, localizado bem na entrada do museu. Além da sua grandiosidade, todo de madeira, foi entalhado com desenhos de animais. Ele foi descoberto por um fazendeiro, em 1904, na cidade de Slagen.

O Oseberg é um navio Viking que conserva detalhes impressionantes da época.

O Barco de Oseberg foi construído no ano de 820 D.C. No ano de 834 D.C., o barco serviu de sepultura para uma família rica. Na época, a dama foi enterrada dentro do barco, que era entalhado com cabeças de serpente e dragões, juntamente com oferendas funerárias, consistindo em jóias e animais como cavalos, cachorros e vacas. O barco exposto não era de guerra e, sim, um barco funerário.

Já o segundo barco, denominado de Gokstad, também está muito bem conservado, igualmente observando-se alguns desenhos e entalhes em madeira. O barco foi encontrado em 1879 na cidade de Sandefjord, quando os filhos de um fazendeiro decidiram “por acaso” escavar o chão para ver se encontravam algo diferente, vai saber!!

O Okstad foi encontrado em 1879 na cidade de Sandefjord, na Noruega.

O Barco de Gokstad foi construído no ano 890 D.C. e utilizado por uns 10 anos como barco apto a navegação em alto mar, mas terminou seus dias como sepultura para uma família abastada (neste caso, um homem). Dentro do barco funerário, foram encontrados alguns tesouros que estão expostos no mesmo museu.

Já o Barco Tune, é o mais “estragadinho”. Foi descoberto em 1867, também em uma fazenda na Ilha de Rolvsøy. O mesmo foi encontrado em um buraco de 80 metros de diâmetro e 4 metros de profundidade, mas devido à falta de equipamentos adequados, foi bem danificado durante a escavação. O barco foi usado em navegação a mar aberto no ano 910 D.C. e teve o mesmo destino dos anteriores, servindo de túmulo funerário para um homem de família rica.

Bem em frente ao Museu encontra-se um bairro residencial com casas e jardins muito preservados. O que chama atenção é a linda arquitetura das casas.

Casa residencial em Oslo.

No outro dia, lá fomos nós andar pela cidade e começamos pela Karl Johans Gate, a rua principal da cidade. A rua foi nomeada em homenagem ao Rei Carlos III. Deu para perceber que os noruegueses são pessoas que curtem caminhadas nos parques e avenidas. Andar pela Karl Johans é “desfilar”, tamanha a quantidade de atrações e lojas para se olhar.

A Karl Johans Gate é a principal rua da cidade.

Os noruegueses estavam em massa nas ruas e na grama dos parques, passeando com suas famílias e seus cachorros. Esta rua liga a Estação Central de Oslo até o Palácio Real, é uma linha reta e “recheada” de atrações como artistas de rua e lojinhas de artesanato. Também se encontra inúmeros prédios e monumentos históricos, como, por exemplo, o Parlamento Norueguês.

Karl Johans Gate liga a Estação Central de Oslo até o Palácio Real.

Seguindo a Karl Jonhans Gate, em uma das extremidades encontra-se o Palácio Real. A Noruega é um país monárquico e com um sistema parlamentar de governo.

Vista do Palácio Real.

O atual Rei Harald V vive no Palácio com a família. O início da construção do Palácio foi em 1824, tendo sido concluído em 1848. Uma das atrações é a “Troca da Guardas”, mas é muito simples, diferente das demais capitais da Escandinávia.

A Troca de Guardas é muito simples, de acordo com a cultura do país.

Nada de bandas, cavalos ou multidão. O Palácio é pequeno, datado do século XIX, e foi o Rei Karl Jonhans que mandou construir o mesmo. Apreciando o Palácio Real externamente nos deu uma pouco da noção do simples estilo de vida norueguês. As autoridades representam o povo e dele fazem parte.

É possível visitar os apartamentos reais, mas como o tempo estava ótimo, preferimos visitar os jardins.

Um dos lugares que mais nos impressionou foram os jardins atrás do Palácio Real, onde encontramos um parque belíssimo, com um lago cheio de patos e outros pássaros, e um verde impressionante. A calma e a tranquilidade do local ficarão guardadas em nossa memória para sempre.

Esta cena representa o que tem de melhor no país: Família e Educação, com preservação da natureza.

Oslo Ópera House.

Fica na região portuária de Oslo. Está em obra ainda, mas boa parte já foi revitalizada e o projeto está por ser concluído em 2020. Não entramos e nem circulamos pelo local, porque simplesmente faltou tempo. A arquitetura é moderna e é muito similar à ópera de Sydney (Austrália), toda feita de mármore e vidro. O design reto e inclinado é projetado para dar a sensação de que se está “saindo das águas”.

Oslo Ópera House, projeto arquitetônico ousado e moderno.

Vigeland Park – Frogner Park.

O “Parque Vigeland” é uma das maiores atrações de Oslo e fica a céu aberto. Passamos rapidamente por lá, porque simplesmente não deu para apreciá-lo melhor devido ao nosso tempo curto. Além do que, o parque é muito grande e possui mais de 202 obras do escultor norueguês Gustav Vigeland. São diversas esculturas representando os vários momentos da vida. Desde o nascimento até a velhice. Tudo isso cercado de muito verde.

Em Oslo há muitas estátuas e esta é a do “mergulhador prateado”, que está vigiando os fiordes da cidade.

Nobel Peace Center.

Bem próximo à Prefeitura e à região portuária, há o prédio onde é entregue anualmente o Prêmio Nobel da Paz. A escolha da cidade de Oslo não poderia ter sido melhor porque o astral do local está de acordo com o que representa a premiação.

Oslo é perfeita para a entrega do Prêmio Nobel da Paz.

Museu do Esqui Holmenkollen e Rampa de Salto de Esqui.

Fomos a este local por uma indicação de um chileno que encontramos em uma parada de ônibus. Ele nos falou assim: “Vocês tem que conhecer o lugar mais incrível que tem em Oslo, é o Holmenkollen, de onde se enxerga todo o visual da cidade”. E lá fomos nós atrás dessa dica. Fica um pouco longe da cidade, é preciso tomar um trem e depois caminhar em subida por mais ou menos 2 Km para chegar até o Complexo de Esqui chamado Holmenkollen (construído especialmente para o campeonato mundial). Subimos pelo lado errado, ou seja, pelo lado das cadeiras onde as pessoas assistem ao espetáculo das competições. Mas valeu.

Complexo de Esqui “Holmenkollen”.

Chegando ao Complexo, há o museu do esqui para visitar onde se aprecia a história do esporte na Noruega. Comprando o ingresso para subir no elevador para apreciar a vista da cidade no topo, passa-se pelo pequeno museu (tem até um Urso Polar empalhado). Subindo o elevador (após uma longa fila) se tem uma noção da cidade lá de cima e é impressionante a sua beleza.

Vista panorâmica da cidade de Oslo.

Lá do alto é possível ver alguns jovens praticando a Tirolesa na Pista de Esqui. Ah, é necessário comprar o ingresso com antecedência para andar de Tirolesa. Também, junto ao complexo, tem um pequeno restaurante e café. Somente indo e vendo de perto o tamanho desta rampa para acreditar que pessoas saltam daquela altura.

Magic Ice Bar.

Fomos lá por curiosidade, pois nunca tínhamos ido a um lugar destes antes. Dizem que depois que se conhece o primeiro, os demais são todos iguais. Mas ir a um Bar de Gelo em Oslo foi para nós uma experiência fantástica, pois é a Terra do Gelo. No dia em que fomos ao Ice Bar estava quente e entramos lá dentro mesmo para nos refrescar. Para entrar é necessário colocar roupas especiais (incluem botas, casaco e luvas). Cada ingresso dá direito a um coquetel (meia boca). Foram gastas várias toneladas de gelo para estruturar o bar, lindo por sinal, devido às suas esculturas belíssimas. O bar era de tamanho médio e com vários cantos “aconchegantes”. O bar é obra de reconhecidos escultores de gelo, que esculpiram o local várias vezes no ano. Ficamos 30 minutos lá dentro, já que a temperatura era de -5º.

Um “drink” com menos 5 graus.

Catedral – Oslo Domkirke.

Encontramos a Catedral, por acaso, pois ela fica localizada bem no centro da cidade. A atual Catedral de Oslo é a terceira catedral construída na cidade. O que chama atenção da Catedral é justamente a sua simplicidade. É uma Catedral Escandinava, diferente das que estamos habituados a ver, e só por isso valeu a visita. De concepção simples, mas funcional, foi concluída no final do século XVII. A Catedral possui um teto muito lindo e alguns vitrais que chamam a atenção, mas o que realmente nos impressionou foi a escultura da Última Ceia de Jesus, que retratou os 12 Apóstolos de uma forma diferenciada. Exemplificando, vimos no rosto do Judas a angústia pela sua traição, vimos, também, a preocupação da face do Apóstolo Pedro, pois sabia que tempos difíceis haviam chegado, dentre diversas outras características singulares. Ficamos um bom tempo analisando a obra.

A Santa Ceia vista sob outro prisma.

Aker Brygge.

Caminhando pela cidade acabamos na sua parte mais chique, em um local chamado de Aker Brygge. A revitalização do antigo cais começou em 1986 e atualmente é um dos lugares mais bem frequentados da cidade. Os antigos estaleiros combinados com arquitetura moderna e funcional conferem um estilo peculiar ao lugar, que fica em um braço do fiorde de Oslo (Oslofjorden). Em Aker Brigge existe um terminal em que ferry boats atracam e levam ao bairro de Bygdøy, onde estão os grandes museus de Oslo. Também é neste local, que se pega os barcos para visitar os fiordes (Oslofjorden). Os melhores restaurantes da cidade estão localizados neste lugar e foi lá que comemos um dos melhores salmões da nossa vida.

O melhor salmão da cidade é servido nos restaurantes do Aker Brygge.
Dizem que uma cidade é turística quando uma foto qualquer se torna uma “arte”.

Os Fiordes (urbanos).

Fizemos um passeio de barco com a intenção de ver fiordes, e, na realidade, os que têm por lá são pequenos, mas não deixou de ser muito agradável visitá-los. Porém, se o foco é ver fiordes, Oslo não é a melhor cidade, é necessário começar pela cidade de Bergen e pegar uma embarcação percorrendo o longo litoral norueguês.  Mas valeu o passeio de barco, que circula pelas diversas ilhas que circundam a cidade. A salientar que “fiorde” é um braço de mar localizado entre 2 montanhas. Pegamos um ferry boat no terminal Aker Brigge, que nos levou para alguns vilarejos localizados na área de entorno da cidade, onde podemos vislumbrar esta paisagem.

Vilarejo na área de entorno de Oslo.

Os Trolls, símbolo da Noruega.

A cidade inteira tem este símbolo, seja na calçada, em frente às lojas, ou, até mesmo, nas vitrines, e eles estão sempre presentes, as figuras chamadas “Trolls”. De acordo com o folclore escandinavo, os “Trolls” são criaturas gigantescas e fedorentas, cuja descrição se assemelha bastante aos “Ogros” (o famoso “Shrek” dos desenhos para famílias). Eles são seres noturnos, seus esconderijos favoritos são as cavernas e as regiões montanhosas e, além de ser muito feios, a inteligência não seria o melhor de seus atributos. Dizem que estas criaturas eram vistas até a década de 70. Mito ou não, estas figuras simbolizam a Noruega.

Os Trolls eram vistos nas áreas rurais até a década de 70.

Curiosidades boas de Oslo.

Após as 19h nenhum supermercado pode vender bebidas alcoólicas, nem as destiladas e, sequer, os vinhos e as cervejas “normais”. Na realidade, a venda fica restrita, porque é possível encontrar cerveja em lata com teor alcoólico reduzido, até, no máximo 2,5%. O controle de bebidas alcoólicas é rigoroso e isso, a nosso ver, é muito benéfico para a sociedade como um todo. Não vimos ninguém embriagado ou drogado andando pelas ruas. Isto não quer dizer que não tenha inúmeros restaurantes, bares e pubs de alta qualidade pela cidade, porém, se paga muito caro por um copo de cerveja local nos bares, em torno de 120 NOK.

O país é uma monarquia parlamentarista, com, aproximadamente, cinco milhões de habitantes. O PIB per capita é um dos maiores do mundo. O governo controla várias empresas e investe pesado no chamado estado de bem-estar social. São serviços públicos de qualidade e muitos benefícios.

Existe uma Lei chamada “Allemannstrett“, que significa que você tem direito de ir e vir e até mesmo acampar em áreas livres, sem precisar pagar uma taxa por isso.

Melhor sabor de bacalhau e salmão do mundo. Você come o peixe e não tem “gosto de peixe”. Então, não se preocupe se você não curte peixe, pois vai voltar gostando.

A moeda do país é a Coroa Norueguesa, internacionalmente expressa por NOK. A moeda tem um “furo” bem no meio, parece aquela moeda de filme de faroeste, cujo mocinho escondia no bolso da camisa, como um trunfo, pois a mesma havia lhe salvo a vida de um tiro (O Dólar Furado – 1965).

A valiosa moeda deles torna tudo muito caro por lá ou, vendo por outro prisma, isso se deve ao baixo poder de compra do real. Em nenhum lugar se aceita euro ou dólar. Mas o VTM funciona normalmente. Usamos o cartão de débito para tudo e, quando precisamos, sacamos dinheiro em moeda local num caixa eletrônico, usando o mesmo cartão.  É sempre assim que fazemos nas nossas viagens, vamos retirando aos poucos, conforme a necessidade. Mas se você prefere levar dinheiro em cash, opte pelos euros. É fácil de trocar, tem casas de câmbio em tudo quanto é lugar. Mas tenha sempre um plano A e um plano B. Uma refeição em restaurante barato não sai por menos de 80 reais por pessoa. Em um restaurante melhorzinho, prepare-se para pagar 200 reais. E até mais se for pedir vinho. Compras têm preços parecidos com os do Brasil (ao menos roupas, que foi o que olhamos). Transporte público também é caro: o passe de ônibus para um dia em torno de 20 reais. As entradas em museus também não são muito em conta. Mas apesar de tudo isso, você vai amar.

Com relação à parte geográfica, a Noruega tem cerca de 50.000 ilhas, 450.000 lagos e 1.190 fiordes.

Enfim, como diziam as nossas avós diante de um prato de doce: “Crianças, comam com moderação, isto não é feijão”. Fazendo um trocadilho: “A Noruega não é feijão para ser vista de uma vez, é necessário degustá-la, apreciá-la e admirá-la”. Queremos voltar inúmeras vezes ao país, pois não é uma viagem tipicamente urbana. É viagem para ficar sem fôlego, pois a Noruega foi brindada com uma das naturezas mais incríveis do mundo. A vontade é de sair atravessando o país de ponta a ponta, pois em cada parte tem um novo atrativo para fazer seus olhos brilharem.

Fechando este post, em Oslo as pessoas pareciam ser tão serenas e felizes que, após os primeiros dois dias na Noruega, já havia a certeza de se ter tomado a decisão certa com relação ao destino escolhido.

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