As ViagensStonehenge e Bath

Stonehenge e Bath

Parte 1 – Stonehenge

Stonehenge – Eram os Deuses Astronautas?

Quando éramos adolescentes, um dos livros que mais fazia sucesso tinha este título: “Eram os Deuses Astronautas?”. O livro era de 1968, foi escrito pelo suíço Erich Von Daniken e traçava um paralelo entre as antigas civilizações e os extraterrestres. No livro não há nenhum relato sobre Stonehenge, mas por alguma razão “linkamos” esta obra literária com a estrutura de pedras existente no solo inglês. Além do que, anteriormente, havíamos assistido a uma palestra em Porto Alegre, na qual um ufólogo comentou que tinha visitado Stonehenge e tirado fotos bem próximas às pedras que comprovavam que os Ets tinham passado por lá.

O livro antigo fazia uma ligação entre monumentos históricos e os Ets.

Foi através de um cartaz da escola Nottingham Language Academy, onde fazíamos nosso primeiro curso de inglês na Inglaterra, que despertou a nossa vontade para irmos até Stonehenge e Bath, em uma viagem de bate e volta. Sabíamos que algo muito legal nos esperava junto à energia das pedras de Stonehenge. Somos um tanto místicos. Compramos o ticket na escola (custou a bagatela de 25 pounds por pessoa), para a viagem a ser feita em um ônibus turístico, saindo de Nottingham bem cedinho e voltando no final do domingo, dia 4 de dezembro de 2016.

A viagem com a empresa City Life de Nottingham prometia ser interessante.

A viagem prometia ser interessante e fizemos os trâmites burocráticos pela escola. Sabíamos que seria uma excursão estudantil e seríamos levados por uma empresa chamada City Life. Acordamos no domingo, bem cedo, e fomos para a parada no centro de West Bridgford. Por absoluta falta de informação (da nossa parte), ficamos sabendo que os ônibus urbanos aos domingos circulam a cada 40 minutos e isto inviabilizaria a nossa viagem (não teríamos tempo de chegar ao centro de Nottingham para pegar o ônibus da excursão). Eis que no frio, em pleno domingo cedinho, aparece na nossa parada uma pessoa totalmente desconhecida. Um rapaz de uns 20 e poucos anos, bem apessoado, típico inglês. Em um ato de desespero nós falamos algumas palavras em inglês e ele entendeu: “Please, have a taxi here?”. Dali por diante, como que por milagre, o “nosso anjo” pegou o seu celular e chamou um táxi para a gente. Ao embarcar no carro, fomos agradecer ao “anjo”, mas ele havia desaparecido completamente. Era como se ele tivesse se materializado apenas para nos ajudar e depois sumir. Ficou a dúvida no ar, será que ele era real?

Será que era uma pessoa ou um anjo? Mas ele tinha um celular!!

Chegamos a tempo e pegamos o ônibus da City Life (mal sabíamos que seria a primeira de muitas viagens deste tipo, de bate e volta para os principais atrativos turísticos da Inglaterra). Três ônibus foram utilizados nesta viagem, totalizando uns 150 estudantes, a maioria formada por universitários oriundos de diversos países. A empresa City Life era especialista em fazer roteiros estudantis. Os empreendedores eram universitários, muito jovens e muito legais também.

Levamos em torno de quatro horas e meia de ônibus para chegar a Stonehenge, pois o maior atrativo da Inglaterra, após Londres, fica na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, a duas horas de Londres e bem próximo a uma rodovia, em um lugar deserto. Quase tão enigmático e indecifrável quanto o das pirâmides do Egito. Não sabíamos, mas tinha o valor o valor de £ 8,00 (em torno de R$ 32,00) para entrar no parque de Stonehenge. Pagamos o ingresso e mais um adicional de £ 2,00 (em torno de R$ 8,00), pelo fone de ouvido bilíngüe para saber sobre a história do lugar, e entramos no local. O ingresso dá direito ao complexo turístico: um pavilhão com cafeteria e restaurante, banheiros e uma loja de presentes. Além de um ônibus interno que deixa as pessoas bem próximas à formação de pedras. Chegando ao pavilhão de recepção ao turista já se pega o ônibus em direção ao Monumento. Ao se clicar nos botões do aparelho, tipo um controle remoto, fica disponível todo o histórico de Stonehenge. Atualmente, o lugar é administrado pelo “English Heritage”, e como a quantidade de visitantes é de cerca de 700.000 por ano, foram tomadas medidas mais rigorosas para garantir a preservação de Stonehenge.

Reza a lenda que Stonehenge foi um Santuário Druída.

Os principais pesquisadores do local dizem que: “Stonehenge é uma estrutura formada por círculos de pedras que chegam a ter cinco 5 metros de altura e a maior pesa aproximadamente cinquenta toneladas. Trata-se de um Santuário que foi ‘construído’ no ano 3.100 A.C. O círculo está alinhado com o pôr do sol do último dia do inverno e com as fases da lua. É esta energia que se encontra no lugar. Existem escritos medievais que relatam histórias sobre Stonehenge e muitas lendas e mitos a respeito. A mais famosa é a ‘dança dos gigantes’. A teoria mais aceita é a de que Stonehenge poderia ter sido um centro de cura, para onde iam peregrinos há mais de 4.500 anos atrás. A afirmação é de um grupo de arqueólogos que trabalhou nas primeiras escavações do monumento por mais de 40 anos. O grupo acredita ter encontrado indícios que podem, finalmente, explicar os mistérios da construção de blocos de pedra. A equipe descobriu um encaixe que, no passado, abrigou as chamadas pedras azuis, rochas vulcânicas de tom azulado, em sua maioria já desaparecidas, que formavam a primeira estrutura construída no monumento. Já em 2013, um grupo de estudos da Universidade College de London chegou à conclusão de que Stonehenge poderia ser um cemitério para famílias de elite, por volta do ano 3000 A.C. Estudos de restos humanos encontrados no local indicam que antes de o monumento ser o que hoje se conhece, havia ali um grande círculo de pedras construído como um cemitério”.

Não tem como chegar muito perto, a solução é aproximar o “zoom” da máquina fotográfica.

Outro detalhe importante é que há uma espécie de “cordinha” de isolamento, que protege o monumento, além do que existem guardas que cuidam do local. Caso alguém se atreva a ultrapassar a tal “cordinha”, é detido na hora! E tem muito maluco por aí (que se diz ufólogo) afirmando que tirou foto ao lado das pedras e observou até “inscrições de Ets” nas mesmas. Nós não vimos muito de perto, mas diversas pedras do círculo têm desenhos ou inscrições feitas pelas antigas civilizações, embora já estejam bastante apagadas pelo tempo. Faz, aproximadamente, trinta e poucos anos (1985) que existe um cuidado maior com relação ao monumento de pedras. Até pouco tempo atrás, milhares de pessoas se reuniam no local todos os meses de junho para assistirem ao festival do “solstício”, e cada um que chegava por lá levava um “pedaço” como lembrança. Obviamente que desta forma não havia como manter o local preservado.

O pássaro negro dá um “tchan” mais místico ao lugar.

Ficamos em torno de 2 horas visitando Stonehenge, tentando entender a lógica do círculo. Ficamos encantados com as gralhas (pássaros negros) que ficam se exibindo em cima das pedras, o que dá um ar ainda mais místico ao lugar.

Do círculo de pedras emana paz e muita energia boa.

Muitos e diversos visitantes circulam por lá e fica quase impossível tirar uma foto legal, mesmo em um dia frio (com o inverno quase começando). Então, ficamos imaginando como seria a quantidade de pessoas em um dia de verão…

Fomos brindados com um espetáculo do sol.

Já na volta, caminhando para pegar o ônibus circular, olhamos para o sol e ele se tornou meio amarelado, com tons alaranjados (uma raridade no inverno inglês), e tudo ficou um tanto “estranho”, momento em que aproveitamos para pedir a cura para os nossos males, afinal, nada é a toa na vida. A energia do lugar é única e, realmente, foi de arrepiar, pois para explicar o que vimos, somente imaginando que, muitos anos atrás, o lugar era um “Santuário Druída”. Assim, terminou maravilhosamente bem a primeira etapa da nossa viagem.

Parte 2 – Bath

Bath – A Cidade Mais Romana da Inglaterra

Embarcamos no ônibus, gelados, e fomos em direção a Bath, a cidade mais Romana da Inglaterra. Quase meia hora depois chegamos a uma cidade muito simpática, bem na época natalina. Aliás, passar o Natal (ou a véspera) na Inglaterra é simplesmente um encanto, pois cada cidade tem a sua decoração própria e possui uma feira de artigos natalinos e várias apresentações artísticas como corais e cantores de rua. A cidade fica no Condado de Somerset e é conhecida pelas suas águas termais. Segundo a história, Bath foi criada pelos Romanos para que passassem suas férias, já que a água tem propriedades milagrosas. A cidade é considerada Patrimônio da Humanidade, tombado pela Unesco. Interessante é que os Romanos não foram os primeiros a descobrir o potencial aqüífero de Bath. Uma lenda muito anterior à chegada das legiões imperiais dizia que o príncipe Bladud, Rei dos Bretões, havia se curado de lepra depois de se banhar nas águas lamacentas do lugar. Em gratidão, fundou a cidade em 863 A.C.

Ficamos maravilhados com a beleza arquitetônica de Bath.

A história pode não ser verdadeira, mas arqueólogos encontraram evidências de atividade humana ao redor das nascentes quentes, datadas de pelo menos 10 mil anos atrás, um indicativo de que, muito antes dos Romanos, as pessoas já tomavam banhos por lá. A propósito, as fontes de água do local permanecem quentes até os dias de hoje. Como foi a primeira cidade do interior da Inglaterra que visitamos ficamos boquiabertos com a limpeza e a organização que encontramos, além de uma pequena semelhança com Nottingham, no tocante a prédios antigos preservados, lindos jardins e um clima de cidade um tanto provinciana. Outro lugar que chama muito a atenção é o Rio Avon, que corta a cidade e deixa a mesma com ares místicos.

Casa de Banho, o ponto turístico mais visitado na cidade.

Bath também é dita como palco da Batalha de Badon, onde o lendário Rei Arthur expulsou os Romanos em favor dos povos anglo-saxões. A partir do século XVI a cidade de Bath começou a ser remodelada ao que viria a ser hoje. Nesta época, Bath se destacou mundialmente por sua arquitetura, chamada georgiana, com suas casas em estilo único e muitas vezes com formatos arredondados incrivelmente arrojados para a época.

Assim que chegamos fomos conhecer a Casa de Banhos de Bath, o atrativo turístico mais conhecido da cidade. Já na entrada se fica impressionado com a beleza arquitetônica e com a preservação do lugar. Junto à Casa de Banho pode-se apreciar um museu com objetos como moedas Romanas e outros utensílios utilizados pelo povo Romano na época.

Detalhes do Museu da Casa de Banhos, com as moedas Romanas em destaque.

Mas o que chama atenção neste museu são os telões com vídeos retratando a época dos banhos Romanos e os personagens antigos. Além disso, alguns atores circulam no local com roupas Romanas, dando a impressão de que fazem parte do cenário. O real se mescla com a imaginação.

A cidade estava “fervilhando”, era véspera do Natal.

Saindo de lá fomos ver a igreja anglicana, a Abbey de Bath, que tem toda a “pompa Romana”. A edificação foi criada no século VII, reorganizada no século X, e depois reformada e reconstruída outras vezes, durante o curso da história.

A iluminação especial de Natal era mágica.

A cidade fervilhava de turistas por toda a parte, andamos pela área central e acabamos por degustar os famosos chocolates de Bath.

No final de tarde fomos assistir à apresentação de um coral natalino.

Antes do retorno, o atrativo final da viagem foi na praça central de Bath, onde ouvimos um autêntico coral natalino, o que nos deixou encantados e muito emocionados, fechando o passeio com chave de ouro.

Chegamos a Nottingham à noite, maravilhados com tudo o que vimos neste primeiro passeio pelo interior da Inglaterra, e “querendo mais”, motivo pelo qual deveríamos ficar atentos para outras oportunidades como essa que nos viessem a ser proporcionadas.

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