Em março de 2017 fomos conhecer York, uma linda, histórica, cultural e tradicional cidade situada ao Norte da Inglaterra, no Condado de Yorkshire, através da City Life (a empresa que faz o tour de viagens estudantis para as principais cidades do Reino Unido e, até mesmo, para algumas do exterior). Levamos umas 4 horas para chegar a York, dois ônibus lotados de estudantes e nós no meio. Viagem tranquila, no meio da “gurizada”.
A cidade parece que saiu de um Conto de Fadas dos Irmãos Grimm (escritores alemães de contos infantis mais famosos do mundo), com ar de cenário de filme de Walt Disney. Chegamos à cidade e logo fomos recebidos por um Guia de Turismo que contou a história local nos mínimos detalhes.
A cidade é voltada ao turismo cultural pela ligação que possui com a história romana e dos vikings. York foi fundada em 71 D.C. com o nome de Eboracum e na Idade Média cresceu como um importante centro de comércio de lã. O nosso guia contou que York foi fundada pelo Império Romano, dominada pelos vikings no século IX e um dos centros da Guerra das Rosas no século XV. Enquanto caminhávamos por dentro do Dean’s Park, um belo jardim no meio da cidade, os esquilos corriam por todo o terreno.
No meio do Dean’s Park fomos conhecer as ruínas beneditinas que, segundo os historiadores, já foi a abadia mais rica do norte da Inglaterra (foi fundada em 1089 e durou aproximadamente 200 anos). Bem interessante, porque as ruínas ainda estão preservadas no medieval convento de St. Mary. As paredes dos lados norte e oeste ainda permanecem em pé, inclusive a parte que era a “nave” da abadia.
A cidade também é famosa por possuir um conjunto de antigas muralhas que a circundam, assim como vários portões interligando as mesmas. O Micklegate Bar é o principal portão de entrada na cidade. Segundo o nosso guia, neste portão penduravam “as cabeças dos traidores” que eram executados para que todos pudessem ver. É o “Portal Real” para a cidade e era por ali que os monarcas passavam. As muralhas que cercam a cidade são medievais, mas em determinados trechos a fortificação mistura as pedras originais com trechos inteiros da antiga construção romana.
Outro fato interessante é que, por onde se anda na cidade, há vista para a Torre da Catedral de York Minster, devido a sua imponência. Sugerimos que todos façam o “tour guiado a pé pelas ruas de York” (em inglês), que durou cerca de duas horas. Depois, deram tempo livre para explorar os diversos recantos da cidade.
York Minster é uma das catedrais mais magníficas do mundo. É uma obra prima em vitrais e pedras, com fundações enraizadas na história mais antiga do Reino Unido. A catedral foi construída entre 1291 a 1350 e passou por diversas reformas.
Trata-se da maior catedral gótica medieval da Europa e é a guardiã de algumas obras mais importantes deste período. O prédio atual da catedral tem cerca de 800 anos. Para entrar na catedral se paga um ingresso de £ 10 por pessoa e mais £ 5 por pessoa para visitar o topo da igreja e ter acesso à bela vista panorâmica da cidade. Os valores dos tíquetes valem cada centavo. O interior da catedral de Minster é vasto, com belos tetos ornamentados e vitrais exuberantes. Há muitas capelas laterais ao lado, muitas dedicadas aos regimentos de Yorkshire. As paredes estão cobertas de belos e interessantes memoriais, datados dos últimos 500 anos e até alguns mais antigos. Nós fizemos a subida ao topo da torre principal para apreciar a vista panorâmica da cidade. São 275 degraus por uma escada em espiral muito estreita, sendo que a subida é em grupos com número controlado, em fila indiana, um atrás do outro, dando a impressão de que você está sob pressão para continuar se movendo rapidamente. Na entrada da porta para a subida tem um pequeno aviso (é necessário resistência física), mas ninguém dá a mínima para o alerta. Nada se compara à subida por uma escada medieval. No entanto, foi um tanto difícil encarar toda a escadaria. Além de fôlego, não se pode ter qualquer tipo de claustrofobia. Contudo, valeu o esforço, após quase meia hora subindo, se tem uma das vistas mais magníficas dessa bela cidade da Inglaterra.
Escadaria que dá acesso ao topo da York Minster.
Bem ao lado da igreja tem a estátua do Imperador Constantino (274 a 337), junto ao jardim da Catedral de Minster. A estátua retrata o imperador romano que foi proclamado Augusto em York, no ano de 306, e teve um papel importante na história do Império Romano.
Seguindo a pé, fomos conhecer a Torre de Clifford, um lugar histórico que fica localizado no centro da cidade. A torre foi construída sob as ordens de William I para enfrentar as batalhas contra os vikings. A Torre Clifford, principal ponto de vigia do Castelo, foi destruída por uma violenta explosão em 1684, ficando apenas com as paredes exteriores intactas. Atualmente, o local é um atrativo turístico, onde se tem acesso ao interior, mediante o pagamento de uma taxa. O melhor ângulo pare registrar a foto do atrativo é a escadaria que dá acesso ao Castelo, em torno de 50 degraus. Não subimos, mas dizem que lá de cima se tem uma visão linda da cidade. Dali, fomos para The Shambles, a rua medieval da cidade, com suas casas de madeira, algumas do século XIV. Segundo a história, em 1872 , os açougueiros tiveram quase 25 lojas nesta rua, expondo a carne ao longo da rua em prateleiras. A Shambles também ficou famosa por terem sido realizadas algumas filmagens de “Harry Potter”. A rua é muito estreita e os prédios bem antigos, muito agradável passear e curtir as vitrines, pois tem inúmeras lojas comerciais de artesanato e souvenirs. Nos meses de verão, tem apresentação de espetáculo dos vikings, em um dos teatros da cidade, localizados bem no centro de York.
Um dos passeios imperdíveis de York é a fábrica de chocolates (York’s Chocolate Story). Passamos na lojinha para degustar suas delícias, acompanhadas de chá, e realmente vale a pena saborear os diversos tipos. Não tivemos tempo de visitá-la totalmente, pois ficamos somente um dia em York, mas trata-se de passeio interativo onde é contada a história do cacau e como os chocolates são feitos na região. É possível degustar vários sabores durante a visita.
Outro fato curioso foi que passamos por alguns casarios e havia um prédio de um pub perto da Torre Clifford que parecia que “iria cair”, pois estava com a sua base bem torta. Depois ficamos sabendo que o local se chama Mulberry Hall.
Apreciamos o rio que corta a cidade, que se chama River Ouse, sendo que no verão há como fazer passeios de barco.
Outro ponto bem legal foi Fairfax House, uma das mais bonitas casas georgianas de Inglaterra. Foi a casa de inverno do Visconde Fairfax, que a construiu em meados do século XVIII.
Com certeza é uma cidade que iremos voltar porque faltou fazer, por exemplo, o “Tour dos Fantasmas”. Estudos que foram realizados consideram York como sendo a cidade com maior número de fantasmas na Inglaterra!